As comemorações do centenário da visita real belga ao Brasil foram encerradas na noite de quinta-feira (28/10) com solenidades na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e no Museu das Minas e do Metal, na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte.
Idealizador dos eventos, o superintendente adjunto da Memória do Judiciário mineiro, desembargador Marcos Henrique Caldeira Brant, representou o presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, desembargador Gilson Soares Lemes, nas várias solenidades que marcaram o centenário da visita do rei Alberto I ao Brasil, em especial a Minas Gerais, em outubro de 1920.
Na primeira visita ao Brasil após a Proclamação da República de um chefe estrangeiro, o rei Alberto I veio acompanhado de sua mulher, a rainha consorte Elisabeth, e de seu filho, o príncipe herdeiro Leopoldo (mais tarde rei Leopoldo III). Os reis belgas estiveram no Brasil a convite do presidente Epitácio Pessoa e, além de Minas, visitaram São Paulo e Rio de Janeiro.
No segundo dia de comemorações do centenário da visita real belga, o embaixador da Bélgica no Brasil, Patrick Hermann, o cônsul-geral da Bélgica no Rio de Janeiro, Daniel Dargent, e o cônsul honorário da Bélgica em Minas Gerais, Henrique Machado Rabelo, estiveram na quinta-feira, pela manhã, na antiga Mina de Morro Velho, em Nova Lima.
À tarde, foi realizado um ato cívico celebrativo na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Já à noite ocorreu reunião especial na Assembleia Legislativa. Na solenidade, o 1º vice-presidente da ALMG, deputado Antônio Carlos Arantes, representou o presidente, Agostinho Patrus.
O embaixador Patrick Hermann disse que foi uma “experiência única” participar da série de eventos que marcaram o centenário da visita real belga.
O 1º vice-presidente da ALMG, deputado Antônio Carlos Arantes, afirmou que as comemorações desse centenário demonstram a gratidão do Brasil, em especial de Minas, com a Bélgica. “Dessa visita surgiram vários projetos importantes, como a criação da Belgo Mineira, hoje ArcelorMittal, além de investimentos também na área cultural, da educação e social. A Bélgica é um país parceiro. Basta ver o porto de Antuérpia, principal receptor do café do Brasil na Europa”, afirmou.
O desembargador Marcos Caldeira Brant fez questão de reafirmar a importância desse fato histórico para Minas e o Brasil. “A visita potencializou o estado em razão de sua vocação minerária. Em 1921, vieram as tratativas para firmar a siderúrgica Belgo Mineira. Além disso, foram quatro dias de festa, uma imensa alegria popular. Belo Horizonte tinha 55 mil habitantes à época, e apenas 23 anos. Foi possível assim estreitar o relacionamento político e econômico”, disse.
Para o cônsul-geral da Bélgica, Daniel Dargent, as comemorações possibilitam novas parcerias no futuro em diversas áreas. “Acho que o mineiro é um povo muito acolhedor, simpático e informal. Características que também são comuns na Bélgica. Vou voltar mais vezes”, afirmou.
Com o mesmo entusiasmo, o cônsul honorário da Bélgica em Minas Gerais, Henrique Machado Rabelo, disse que as comemorações aproximam ainda mais os dois países, e que no Brasil há um mercado promissor para as empresas da Bélgica.
O encerramento das comemorações do centenário foi realizado no Museu das Minas e do Metal, na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, onde funcionava à época a antiga Secretaria do Interior, visitada pela família real belga em 1920.
Para marcar a data, houve o lançamento da medalha comemorativa do centenário da visita real belga, idealizada pelo desembargador Marcos Henrique Caldeira Brant. Foram produzidas 100 medalhas, a serem distribuídas pelo consulado especialmente às pessoas físicas e jurídicas que prestam relevantes serviços à comunidade belga.
Durante a recepção de encerramento, foi servida uma gelatina batizada de rei Alberto I. A sobremesa, que tem as três cores da bandeira da Bélgica, foi oferecida no jantar de gala durante a visita real belga em 1920 e foi refeita para a comemoração do centenário.
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