Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Projeto Corre Legal forma terceira turma em curso de natação

Iniciativa promove inserção de adolescentes em conflito com a lei por meio do esporte


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Terceira turma do Curso Intensivo de Natação do Projeto Corre Legal foi formada, ao todo, por 30 adolescentes das unidades de internação e semiliberdade da capital (Crédito: Gláucia Rodrigues/TJMG)

A formatura da Terceira Turma do Curso Intensivo de Natação do Projeto Corre Legal, iniciativa do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) que visa à ressocialização de jovens em situação de restrição de liberdade, foi realizada, na quinta-feira (30/1), na Escola Municipal de Ensino Especial Frei Leopoldo, no bairro Havaí, em Belo Horizonte.

Participaram da iniciativa 30 adolescentes das unidades de internação e semiliberdade da capital. O curso é destinado a adolescentes de todo o estado em conflito com a lei que cumprem medidas de internação e semiliberdade na capital.

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O juiz José Honório de Rezende (à direita) salientou a importância do esporte para a recuperação dos menores inseridos no sistema socioeducativo (Crédito: Gláucia Rodrigues/TJMG)

Para o juiz da Vara Cível da Infância e Juventude de BH e integrante da Coordenadoria da Infância e Juventude (Coinj/TJMG), José Honório de Rezende, a iniciativa "demonstra para o adolescente o benefício de realizar boas práticas". "É um instrumento poderoso de educação que potencializa o que mais se espera num sistema socioeducativo: criar perspectivas reais  de transformação dos adolescentes, que recebem uma intervenção por parte do poder público”, afirmou.

A juíza Andrea Mol Bessa, do Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional da capital (CIA-BH), é a responsável pela iniciativa, que visa a oferecer atividades físicas para os adolescentes das unidades de semiliberdade e de internação. Ela ressaltou que o Corre Legal está completando 4 anos e que conta com a parceria da Escola de Educação Física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

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Responsável pela iniciativa, a juíza Andréa Mol Bessa, destacou a evolução observada nos jovens durante o curso de natação (Crédito: Gláucia Rodrigues/TJMG)

"Este foi o terceiro curso de natação ofertado no período de férias, todas as tardes, e, mais uma vez, verificamos que a grande maioria dos jovens que passaram e passam pelo projeto nunca havia entrado numa piscina. Perceber a evolução deles na atividade é muito satisfatório”, comemorou.

O impacto positivo no cotidiano dos participantes é destacado pela educadora física Keila Lucindo, do Centro Socioeducativo São Jerônimo, única unidade feminina com tal finalidade em Minas Gerais. “De forma histórica, as meninas têm um repertório restrito de vivência no esporte. Chegam na unidade precisando desenvolver a coordenação motora. Não conseguem, por exemplo, pular corda ou fazer atividades físicas muito básicas. O projeto trabalha várias ações específicas de força e de resistência. É também durante a atividade esportiva que conseguimos unir mais as meninas, que ficam muito felizes por vivenciar tudo isso”, afirmou.

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Medalhas foram entregues aos parrticipantes que concluíram o curso (Crédito: Gláucia Rodrigues/TJMG)

O treinador físico Diogo Felipe, da Unidade de Internação Masculina Santa Clara, salientou o grande envolvimento dos jovens com o projeto Corre Legal. “Os participantes ganham um colete com o nome da iniciativa e é muito interessante o tanto que gostam dessa peça. Querem ir para a escola com o colete e o usam todo o tempo porque os colegas ficam curiosos e fazem muitas perguntas sobre o projeto”, disse.

O professor de natação Saulo Loti reforça o grande envolvimento dos alunos nas aulas. “Eu quis passar para eles a vivência na água. Muitos chegaram com  medo, alguns tinham traumas. Busquei apresentar estímulos diferentes para que se acostumassem com os movimentos. Para mim, a experiência foi fenomenal, repleta de carinho na interação aluno/professor e, principalmente, do interesse crescente deles pela natação”, afirma.

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Inspirado pelo primo, que é da Marinha, o jovem J.P.D.A. diz que está realizando o sonho de aprender a nadar (Crédito: Gláucia Rodrigues/TJMG)

Para o jovem J.P.D.A., integrar o projeto é a realização de um sonho. “Tenho um primo que trabalha na Marinha e ele sempre me disse que eu precisava aprender a nadar para entrar lá. Por isso, foquei bastante nesse curso”, disse.

Já a adolescente I.L.D.S. afirmou que a prática na piscina fez com que vencesse o grande temor que tinha de entrar na água. “Agora, sei nadar”, disse, orgulhosa pela conquista da nova habilidade.

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A adolescente I.L.D.S perdeu o medo da água e aprendeu diversas modalidades de nado (Crédito: Gláucia Rodrigues/TJMG)

A diretora da Escola Municipal Frei Leopoldo, Antônia Pereira, disse que receber os jovens é "uma oportunidade para a unidade de ensino trocar experiências e promover a  a interação entre diferentes realidades". 

O Projeto 

O Projeto Corre Legal foi criado em agosto de 2020 por juízes da Vara Infracional da Infância e Juventude da capital, com o objetivo de utilizar o esporte como meio de reeducação social para jovens entre 12 e 18 anos.

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