Idealizado pelo juiz da comarca de Patrocínio, Serlon Silva Santos, o projeto Justiça na Escola busca ampliar o debate na sociedade, principalmente pela comunidade escolar, onde o aluno começa a moldar sua postura como cidadão e a tomar atitudes que afetarão a coletividade. De acordo com o juiz, após a implantação do programa observou-se uma drástica queda nos índices de violência nas instituições de ensino da comarca. Em algumas escolas essa taxa chegou quase a zero.
“Momentos de superação ocorreram desde então: escolas que eram as últimas colocadas, por violência, indisciplina e evasão, hoje estão entre as mais bem classificadas. É o caso da Escola Estadual Terezinha Moreira Marra, atualmente na primeira posição em relação às notas no 3º ano do ensino médio em Língua Portuguesa”, comenta.
O diretor da escola, Rodrigo de Oliveira, diz: “Foi a melhor oportunidade para nós, gestores públicos educacionais, e o incentivo de que precisávamos para tentar amenizar a indisciplina e a evasão escolar. O programa não é uma punição, é uma reeducação, uma reafirmação do caráter do aluno”.
A criação do Núcleo de Atendimento às Escolas, dentro do programa, é um diferencial. Por meio dele, são oferecidas palestras específicas para alunos e pais, além de treinamentos direcionados a gestores de escolas e professores. Nos dias 21 e 22, uma palestra do juiz levou dezenas de pessoas à Catedral IEADIP, em Patrocínio.
Além de visitas aos outros municípios que fazem parte da comarca de Patrocínio, o sucesso da iniciativa motivou a ida do magistrado a Ribeirão das Neves, Sete Lagoas e Monte Carmelo.
Reflexo positivo
Voltado, inicialmente, para coleta de dados e informações, o projeto Justiça na Escola foi criado em 2014. Em 2016 começaram as palestras em efetivo, mas desde o começo com bons resultados.
De acordo com o juiz Serlon Silva, até o momento, 2018 pode ser considerado o ápice do programa. Só na cidade de Patrocínio, estima-se que 50 mil pais e 30 mil alunos já foram contemplados pelas palestras, além de vários gestores de educação, o que comprova o reflexo positivo na região.
Para o juiz, o Poder Judiciário deve se envolver com a formação da infância e da juventude, devido ao potencial de transformação da realidade dessa população e também por causa do aspecto preventivo.
“É nesta idade que a criança e o jovem desenvolvem sua formação. A intervenção do juiz, uma figura que pode representar um modelo para os estudantes, pode evitar o crescimento da violência, do uso de drogas e do abuso físico e sexual nas escolas”, conclui.
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