Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Documentário aborda particularidades das Apacs

Relato de magistrado pontua expansão da iniciativa


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A rotina da Apac de Itaúna foi explorada no documentário Unguarded (Divulgação/TJMG)

Nesta segunda-feira (19/4), a Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados (FBAC), com apoio do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, lançou oficialmente o documentário Unguarded, uma produção cinematográfica que aborda particularidades da aplicação da metodologia da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) em comarcas mineiras.

A direção é da cineasta Simonetta D´Italia-Wiener. A exibição, online, reuniu mais de 300 conexões simultâneas com o público que cumpre pena em diversas Apacs não só de Minas Gerais, mas do Brasil e em outros países, como a Itália.

A íntegra do documentário poderá ser acompanhada em breve no canal de streaming Globoplay. Veja o trailer de Unguarded.

O juiz Luiz Carlos Rezende e Santos, coordenador-executivo do programa Novos Rumos do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, é um dos entrevistados do documentário. O magistrado relata que, no início de sua carreira, convivia com o desalento por aplicar penas e perceber que as prisões convencionais apenas puniam o condenado, sem cuidar de sua recuperação.

Quando conheceu a metodologia Apac, que desenvolvia seu trabalho sobre três pilares — a sociedade, a vítima e o infrator —, passou a ter outra postura. Marcou-lhe a relação axiomática na qual a segurança social se alcançaria mais com trabalhos de recuperação do infrator do que com a simples punição.

O magistrado relata sua jornada na busca da expansão da metodologia Apac como opção humanizada de cumprimento da pena.

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O juiz Luiz Carlos Rezende e Santos relembrou no documentário a época em que começou a apoiar a expansão das Apacs em Minas Gerais (Divulgação/TJMG)

Produção

A diretora Simonetta D'Italia-Wiener explicou que a produção Unguarded, de 2020, é fruto de visitas às unidades das Apacs de Itaúna e São João del-Rei. A filmagem retrata a experiência da aplicação da metodologia apaquiana, sob a perspectiva do recuperando. 

"O documentário nos leva para dentro dos muros das Apacs, o revolucionário sistema carcerário brasileiro voltado para a plena recuperação e reabilitação da pessoa. A partir de 1970, o advogado Mário Ottoboni foi voluntário em algumas das piores prisões do Brasil. Vendo homens e mulheres frequentemente retornarem à vida do crime depois de serem libertados da prisão, ele decidiu fundar seu próprio sistema de justiça restaurativa”, destacou. 

Os resultados têm sido extraordinários: enquanto o índice de criminalidade e reincidência é alto nas prisões públicas brasileiras, dentro do sistema Apac tem diminuído constantemente, constatou.

Há depoimentos de recuperandos como o de Bruno Adriano Bacelar, que mostrou como é a rotina dos internos, com atividades de trabalho e estudo. 

Saiba mais sobre a produção do documentário.

Marco

O diretor-executivo da FBAC, Valdeci Antônio Ferreira, destaca que o documentário pode ser encarado como um marco para a expansão das Apacs não só no Brasil, mas em outros países, diante do aumento da visibilidade da iniciativa.

Contudo, prossegue, “o aumento de visibilidade carrega consigo o acréscimo da responsabilidade de a iniciativa manter seus altos índices de recuperação do apenado”.

“As Apacs passam a ser mais observadas e monitoradas, e qualquer irregularidade, por menor que seja, pode ser ampliada diante de interesses contrários que procuram desqualificá-las, ou seja, aqueles que só se interessam em punir quem comete um crime, sem ressocialização”, diz.

Valdeci Antônio Ferreira lembrou que os recuperandos, no atual momento de pandemia, já produziram e entregaram à sociedade quase três milhões de máscaras de proteção contra a contaminação pelo novo coronavírus.  

Isso levou a iniciativa a ser finalista na categoria Mitigação da Covid-19 do prêmio Empreendedor Social do Ano, promovido pelo jornal Folha de S.Paulo.

A votação popular está aberta na plataforma Empreendedor 2020-2021.

Sobre a diretora

Simonetta D´Italia-Wiener, natural de Florença (Itália), é diretora e produtora de filmes e professora de Língua Italiana, Literatura e Cinema no St. Francis College em Nova York. 

Ela também é codiretora do programa de estudos da School of Visual Arts, em Nova York. Foi curadora de vários eventos cinematográficos, entre eles, o Centro Cultural Crossroads.

Por oito anos, ela foi a organizadora americana do Rimini Film Festival Meeting. Foi consultora de produção de curtas e, mais recentemente, fundou a produtora de filmes Camino Productions NYC, LLC.

Em 2015-2016, ela codirigiu e coproduziu o premiado documentário The Awakened Heart. Assina como diretora os documentários The Awakened Heart (2016) e Unguarded (2020).

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