A Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac) de Campo Belo, no Centro-Oeste de Minas, sediou em 9 e 10 de julho um curso de valorização humana, um dos pilares da metodologia apaquiana. Promovido pela Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados (FBAC), o evento reuniu cerca de cem participantes de 27 Apacs do estado e foi transmitido, em tempo real, para oito associações do Maranhão, Paraná, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.
Durante o curso teórico e prático, cada participante recebeu um exemplar do livro Juntando Cacos, Resgatando Vidas, que contém todo o material usado na aplicação do princípio de valorização humana nas Apacs. Nas palestras, que tiveram o objetivo de capacitar os monitores que atuam nas entidades, também foram apresentadas formas de acompanhar os recuperandos e de trabalhar por sua ressocialização.
Terapia
Os recuperandos participaram de vários momentos do treinamento, ocasião em que os voluntários e funcionários viram, de forma prática, como funciona a acolhida dos condenados recém-chegados e a abordagem em fases variadas ao longo do cumprimento da pena. Durante o contato com os participantes do curso, os instrutores e os recuperandos mostraram, por meio de uma demonstração real, como são os momentos em que os condenados são convidados a falar sobre o que pensam da vida e das Apacs. Os participantes também aprenderam sobre a chamada terapia da realidade, quando o recuperando fala sobre o crime cometido e reflete sobre suas consequências.
O juiz Leonardo Guimarães Moreira, da Vara Criminal, da Infância e da Juventude e de Execuções Penais da Comarca de Campo Belo, afirmou que o curso renovou o ânimo dos funcionários e voluntários das Apacs. “Vimos que a simplicidade, o amor e a disponibilidade são ferramentas indispensáveis para o resgate de vida dessas pessoas que um dia cometeram delitos. Elas voltarão ao seio da sociedade, mas como pessoas melhores, renovadas e dispostas a praticar o bem”, afirmou o magistrado.
Valorização
Para o juiz, a recuperação de uma pessoa que cometeu um crime é muito mais difícil no sistema penitenciário comum, em que os condenados são alojados em celas escuras, insalubres e superlotadas. “Na Apac, a pessoa condenada é trabalhada em todos os aspectos de sua vida, com atividades diárias e com a realização de oficinas de valorização humana. Elas são ministradas por voluntários e funcionários da entidade, que acreditam na recuperação do ser humano.”
O curso realizado em Campo Belo foi ministrado pelo diretor executivo da FBAC, Valdeci Antônio Ferreira, que detalhou diversos aspectos do trabalho nas associações. “Nas Apacs, não basta o recuperando mudar o comportamento, é preciso mudar a mentalidade. Trabalhamos com ferramentas psicopedagógicas, com o objetivo de provocar nos recuperandos esse desejo de mudança de vida, para que eles possam ser, no futuro, pessoas de bem e úteis à sociedade”, explicou.
A Apac é uma entidade civil dedicada à recuperação e reintegração social dos condenados a penas privativas de liberdade. O trabalho baseia-se na valorização humana e propicia a ressocialização do recuperando.
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