“Vou acabar morrendo de fome, não de coronavírus.” Essa frase foi repetida por moradores de rua da Itália e da Espanha, no auge da quarentena naqueles países. Depois, teve ecos no Brasil, com repórteres registrando falas parecidas de quem vive nas ruas das principais capitais brasileiras, revelando a situação dramática vivenciada neste momento por uma das populações mais vulneráveis do País.
Ações de solidariedade começaram então a emergir de todos os lados, arrecadando em especial recursos para a compra de alimentos, porque a fome tem urgência. Mas eis que no Hemisfério Sul estávamos também às portas do inverno, que traz madrugadas geladas e amplia o sofrimento de quem não vive debaixo de um teto e sob a proteção de quatro paredes.
Em um esforço para poder levar algum alento a essa pessoas, mais uma vez o Núcleo de Voluntariado do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) se mobilizou em uma campanha para aquecer o inverno da população que vive em situação de rua em Belo Horizonte, por meio da doação de recursos para a compra de cobertores e sacos de dormir.
As doações foram depositadas na conta da Associação Pastoral do Povo da Rua. Tendo em vista apenas os valores que foram depositados e tiveram comprovantes enviados para o Núcleo de Voluntariado, a campanha no Judiciário mineiro conseguiu arrecadar um total de R$ 7.390. Desse montante, R$ 1.000 foram doados pelo Núcleo de Assistência Servidor Solidário do TJMG.
Em uma primeira etapa, foram adquiridos com os recursos 160 cobertores, entregues à Pastoral de Rua em 28 de maio. Em uma segunda etapa, encerrada nesta segunda-feira (22/6), foi possível a compra de 161 sacos de dormir — item que a Pastoral de Rua avaliou que seria menos perecível e poderia trazer mais conforto para os beneficiados.
Passo para discussão
“Como coordenadora do Núcleo de Voluntariado do TJMG e como cidadã, meu coração transborda de alegria com ações como esta, de doação de cobertores e sacos de dormir, que visam diminuir um pouco o sofrimento daqueles que vivem em situação de rua”, declara a desembargadora Maria Luíza de Marilac.
A magistrada observa que a preocupação do Núcleo de Voluntariado com a população que vive em situação de rua sempre foi grande, mas aumentou ainda mais, diante do isolamento social decorrente da pandemia provocada pelo novo coronavírus.
“É muito difícil assistir a um ser humano, já fragilizado pela vida, ser açodado pelo frio das noites de inverno, ver depauperada sua saúde ainda mais, enquanto a pandemia da covid-19 bate à sua porta, como se porta ele tivesse para se proteger”, ressalta.
Por isso, para a magistrada, a campanha de cobertores e sacos de dormir não é apenas uma maneira de amenizar o sofrimento causado pelo tempo, “mas também uma forma de acalentar o sofrimento pelo desamparo humano, pela falta de acolhimento e pela solidão”.
Na avaliação da desembargadora, embora essa ajuda possa parecer pequena, "o fato de tantos magistrados e servidores terem se mobilizado para tão grave e triste realidade pode ser considerado um importante passo para a discussão desse fenômeno humano e global das pessoas em situação de rua, no TJMG.”
Além de, em nome do Núcleo de Voluntariado, agradecer a todos aqueles que contribuíram para a campanha, a desembargadora destaca que a importância da doação não se limita aos impactos gerados com os projetos e as causas sociais. “Abrange também mudanças que ocorrem para a própria pessoa que a pratica. Um ato de solidariedade é bom para quem o pratica, é bom para o outro e é bom para o mundo”, conclui.
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