Reforçando a vocação do Judiciário mineiro para a conciliação e a cultura da paz, nos dias 26 e 27 de julho, a Comarca de Ipatinga, por meio do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), promoveu oficina sobre “Comunicação não violenta” (CNV) no plenário do Fórum Doutora Valéria Vieira Alves.

Participaram servidores do Cejusc e membros da comunidade. Segundo a assistente social da comarca, Ana Paula Pettersen Murari, também fizeram parte da iniciativa famílias que recebem acompanhamento pelo Programa "Com Viver", cujas partes estão passando por processos de divórcio ou guarda, que possuam alguma dificuldade para conviver com os filhos de forma regular.

O tema foi desenvolvido a partir da obra Comunicação não violenta (CNV): Técnicas para Aprimorar Relacionamentos Pessoais e Profissionais, escrita por Marshall Bertram Rosenberg, psicólogo clínico norte-americano. A teoria é compreendida como uma forma de abordagem que visa fortalecer a conexão das pessoas consigo mesmas e com os outros, aumentando a habilidade coletiva em lidar com as divergências nas relações, mesmo em situações conflituosas. A obra promove o entendimento de que a comunicação deve levar em consideração os sentimentos e as necessidades das pessoas.

Dois voluntários desenvolveram o assunto. David Romeros é  psicólogo clínico, facilitador de grupos e professor universitário da Faculdade Pitágoras, que é parceira do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) no atendimento do Cejusc local. A voluntária Juliana Joice é dentista e estudiosa de CNV. Eles conduziram vivências em que os participantes puderam sentir a importância de ouvir e serem ouvidos em suas necessidades e interesses.

Resposta

Segundo a assistente social Ana Paula Murari, o principal objetivo da oficina é oferecer às partes uma metodologia de comunicação, em que se possam constituir meios pacíficos de resolução de conflitos. “Favorecemos, assim, a busca pelo fortalecimento da cultura da paz”, conclui ela.

Ana Paula Murari lembra que, ao final da atividade, os participantes fizeram uma reflexão a respeito da utilidade das palestras: “O tema foi importante não só para lidar com as questões do processo. Eles disseram ter alcançado aprendizados que podem ser aplicados também na vida pessoal”. A assistente social ainda ressalta a importância de oferecer um suporte adequado para reorganizar a família. “Alguns pais e mães estão sem contato com os filhos há anos e aproveitaram a oportunidade para resgatar vínculos.”

A assistente social relata que a técnica de comunicação não violenta faz com que as partes consigam compreender a importância de se comunicar de forma clara e sem julgamento ou rótulos. Dessa forma, as partes litigantes conseguirão ter seus objetivos alcançados de forma mais ágil e eficiente, evitando disputas intermináveis e  desgastantes para os envolvidos. “Além do ganho em agilidade, o Judiciário está possibilitando que as famílias contem com soluções efetivas, evitando abertura desnecessária de novos processos”, disse Ana Paula Murari. 

A iniciativa faz parte de uma série de ações do Cejusc, sob a coordenação do juiz Otávio Pinheiro da Silva. Foi realizada, também no mês de julho, a oficina para pais e filhos em processo de separação e guarda. 

Próximas ações

Em agosto, será oferecida a palestra “Constelações Familiares”, que aborda um novo método para conciliar as partes. No mesmo mês, acontece a Oficina de Pais. O trabalho desenvolvido foi idealizado pelo juiz coordenador do Cejusc da Comarca de Ipatinga.

Cejusc

O Centro de Solução de Conflitos da comarca, implantado em dezembro de 2017, conta com uma média de resolução de conflitos de 79%. São realizadas no Centro uma média mensal de 112 audiências de conciliação. A comarca abrange os municípios de Ipaba e Santana do Paraíso, todos situados na região do Vale do Aço, a 200 km de Belo Horizonte. A população é de aproximadamente 350 mil habitantes,

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