Discutir as questões relativas às tecnologias em uso nos museus. Com esse objetivo a Memória do Judiciário Mineiro (Mejud) do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG) participou, no último dia 17 de maio, da mesa-redonda sobre Museus Virtuais e Digitais da Jornada Hiperconexões Museais, realizada no MM Gerdau Museu das Minas e do Metal, em Belo Horizonte. O evento fez parte da 16ª Semana de Museus promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). Neste ano o tema foi “Museus hiperconectados: novas abordagens, novos públicos”.
A assessora da Mejud, Andréa Costa Val, primeiramente, explicou sobre os objetivos do Museu da Mejud e resumiu sua história desde a criação em 1988. Ele é localizado no Palácio da Justiça Rodrigues Campos, prédio inaugurado em 1912 e tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG) em 1977.

Entre as atividades principais da Mejud, a assessora destacou a conservação preventiva e restauração, organização de acervo fotográfico e orientação sobre acervos junto às comarcas mineiras. Citou, ainda, as iniciativas de publicação de pesquisas e artigos científicos, bem como a parceria em eventos de palestras e seminários e a realização de exposições e visitas orientadas. “A Mejud não é apenas um museu. Ela cuida da preservação da história da Justiça Mineira”, disse.
Recursos
Na apresentação do museu digital, a assessora mostrou ao público a visitação virtual instalada no site desenvolvido pela Mejud. Além do passeio pelas dependências do Palácio da Justiça, está disponível no ambiente eletrônico o turismo pelas comarca de Araxá, São João del-Rei, Bonfim, Mariana, Ouro Preto, Sabará, Congonhas, Serro e Diamantina, com imagens aéreas e das principais edificações das cidades.
Andréa Costa Val finalizou sua participação reafirmando seu entendimento da importância dos museus históricos. “Apesar das novas tecnologias e inúmeras possibilidades de interatividade, é imperativo reconhecer que os museus históricos seguem demonstrando sua força de inovação e importância social”, disse.
Na opinião da assessora, os museus históricos devem estar atentos para a intermediação com seu público, permitindo-se amplas e variadas possibilidades: evocativas, quando existe a possibilidade de se recuperar algo por meio da memória, celebrativas, através de homenagens solenes de um evento, e até mesmo socializadoras e educacionais.
“Nossos monitores propõem uma visita para além do que seus objetos estão contando. Eles instauram um diálogo com seus visitantes e buscam abrir possibilidades e novas perspectivas de entendimento de seu acervo”, resumiu.
Durante a 16ª Semana de Museus, a Mejud recebeu seus visitantes no Palácio da Justiça, apresentando suas peças e colocando a reflexão da importancia do museu histórico em tempos de massiva entrada de tecnologia e interatividade.
Pesquisa de mestrado
A segunda palestrante foi a mestranda Larissa Fernandes Dutra, do programa de Pós-graduação em Gestão da Organização do Conhecimento da Escola de Ciência da Informação (ECI) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Com base em sua pesquisa de mestrado, ela fez um relato sobre o contexto do surgimento dos museus virtuais no século XX com o advento do desenvolvimento das tecnologias da informação e da comunicação, por meio dos computadores, celulares e aplicativos. Segundo a pesquisadora, contribuiu para a mudança de perfil dos museus a redução do apoio financeiro destinado a àrea.
Entre os exemplos citados, Larissa destacou o projeto da Era Virtual, que produz e hospeda museus digitais de diversos estados brasileiros, incluindo o Museu da Mejud.
A mestranda ressaltou que o museu virtual permite ao visitante a contemplação da arte e da cultura em qualquer parte do mundo, sem a necessidade do deslocamento físico. “Os museus virtuais contribuem para que os gestores consigam maximar o acesso ao seus acervos, realizar o seu marketing institucional, podendo, inclusive, dinamizar o seu público”, sintetizou.
Divinópolis
A mesa-redonda foi concluída com a exposição da professora Flávia Lemos Mota de Azevedo, da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), unidade Divinópolis. Ela falou sobre a criação do Portal da Memória do Centro-Oeste Mineiro (EmRedes) e do Centro de Memória Profª Batistina Corgozinho (Cemud) da UEMG, naquela cidade, entidades dos quais é a coordenadora geral.
Como explicou, o EmRedes disponibiliza materiais audiovisuais (fotos, vídeos e textos) resultantes dos trabalhos desenvolvidos por profissionais e estudantes e por outros estudiosos e grupos sociais que tenham interesse em mostrar, para o público em geral, os acervos históricos que possuem sobre a região. O endereço eletrônico do site é www.emredes.org.br.
Já o Cemud foi instituído em abril de 2005, através da Resolução 6 da Fundação Educacional de Divinópolis (Funedi), para atender às demandas regionais e da comunidade acadêmica no que diz respeito à promoção e à integração de investigações e pesquisas sobre questões relacionadas a memória, história oral, tradições e patrimônio cultural.
Organização
A Jornada Hiperconexões Museais foi organizada pelo Laboratório de Poéticas Fronteiriças (LabFront) e pelo Grupo de Pesquisas e Estudos em Museologia – Arte – Estética na Tecnologia, Educação e Ciência (Musaetec-UFMG/ECI), em parceria com o MM Gerdau Museu das Minas e do Metal.
Ainda dentro de sua programação da 16ª Semana Nacional de Museus, o MM Gerdau realizou várias ações educativas visando discutir a temática proposta pelo Ibram. Além disso, duas instalações foram montadas dentro do prédio histórico localizado na Praça da Liberdade. Uma denominada “Identidades conectadas”, com o objetivo de desenvolver uma pesquisa de percepção de público, e outra, “Museu para Todos”, direcionada às parcerias mantidas pela Instituição.
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