Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Artista Daniel Pinho traz duas mostras para o Fórum Lafayette

Trabalhos levam a refletir sobre desigualdade e fugacidade da vida


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Exposições de Daniel Pinho abordam a urgência da vida e as contradições e diversidades familiares em suas diversas configurações

 

De 3 de dezembro a 3 de fevereiro, os usuários e frequentadores do Fórum Lafayette e do Fórum Unidade Raja Gabaglia terão a oportunidade de conhecer o olhar do artista plástico Daniel Pinho sobre cenas do cotidiano, registrado em imagens que pretendem despertar uma reflexão sobre a desigualdade social e também sobre a vida.

O artista fará a abertura da exposição nesta terça-feira (3/12), às 19h, na Galeria de Arte do Espaço Cultural Fórum Lafayette. 

Nesse espaço, o espectador poderá visitar a mostra “Retratos de Família”, que reúne 19 imagens captadas nas salas de visita de famílias de diversos perfis e configurações.

Há salas com menos de três metros quadrados e salas maiores do que um apartamento de dois quartos. Famílias consideradas tradicionais, com pai, mãe e um casal de filhos, e famílias formadas por avó e netos, genros e bisnetos, família de amigos.

Já em “Fallen” (caído), uma sugestiva queda livre de corpos é o objeto a ser confrontado com o que há de mais instintivo em nós. Para Daniel, o impacto que a imagem de um corpo despencando, ou “solto” no ar, teve sobre ele há alguns anos o levou a refletir sobre a vida e a urgência de gozá-la enquanto se pode, uma vez que o fim é inexorável. “Fallen” está no saguão do Fórum Raja Gabaglia.

Artista e inspirações

Formado em Comunicação Social, Daniel Pinho trabalhou por quatro anos no mercado publicitário, antes de decidir dedicar-se à fotografia autoral. O artista cursou o mestrado em Fotografia pela Belas Artes de Bologna, na Itália. O período em que esteve morando fora do País foi fundamental para o desenvolvimento não só de sua arte como de suas inspirações.

Embora seus trabalhos tenham muitas vezes como base a fotografia, sua utilização manipulada ou combinada com outros materiais e aplicações o fazem rejeitar o “rótulo” de fotógrafo.

Assim, o artista plástico sente-se à vontade para explorar seu olhar sobre as imagens, colocando suas obras sob o crivo aleatório do espectador. Não espera aprovação ou adesão à sua inspiração, pois acredita ser inerente ao criador o desapego em relação às suas obras.

Desigualdade

Durante a estada no exterior, Daniel conheceu diversos lares italianos e de outros países. Quando voltou para o Brasil, algo antes despercebido tornou-se evidente e incômodo. Na Europa, ainda que houvesse distinção de classes entre as famílias, as condições de moradia guardavam uma similaridade em relação ao tipo de construção, infraestrutura etc.

No Brasil, mesmo entre as pessoas de suas relações, Daniel Pinho percebeu que a desigualdade social se traduz em condições discrepantes de moradia e até de configuração familiar.

Retratar as famílias em seu espaço principal de convivência, a sala de estar, foi a forma mais direta e universal que encontrou para escancarar, para quem tem olhos para ver, como a estratificação social brasileira se reproduz imageticamente naquele ambiente.

Fugacidade

Um acidente aparentemente banal que sofreu enquanto se deslocava pela Itália em um ônibus urbano, em 2011, foi a origem para as reflexões que culminaram anos depois com a produção de “Fallen”.

A experiência de ter seu corpo projetado a metros de distância depois de uma manobra brusca do motorista, fez o artista se lembrar da imagem de uma pessoa que, em seu último ato de desespero, se jogou do alto de uma das torres do World Trade Center, imagem dezenas de vezes repetida naquele ano em que se passara uma década do “11 de setembro”.

Uma queda pode trazer fraturas, traumatismos e morte, seja ela imediata ou não. Como já comprovou a ciência, a queda pode acelerar processos de doenças neurológicas. Todas essas possíveis consequências inspiraram “Fallen”. 

Mas o artista explica que sua reflexão principal sobre a imagem do “corpo solto no ar”, como aquele que cai do World Trade Center, foi imaginar que, naquele instante, aquele corpo sem identidade, sem rosto, não tinha mais a perspectiva da vida, porque nada mais poderia ser modificado em seu destino, e ao mesmo tempo ainda não estava morto.

“Isso nos mostra que a vida é muito fugaz, líquida, tentamos manter a vida sob controle, essa é a grande busca da raça humana, mas a vida pertence à natureza, e a natureza é assim”, resume.

Serviço

Exposição “Retratos de Família”
Galeria de Arte do Espaço Cultural Fórum Lafayette
Data: 3/12/19 a 3/2/2020
Horário: segunda a sexta, das 8h às 18h
Endereço: Av. Augusto de Lima, 1.549, Barro Preto — BH/MG

Exposição “Fallen”
Fórum Lafayette — Unidade Raja Gabaglia
Data: 3/12/19 a 3/2/2020
Horário: segunda a sexta, das 8h às 18h
Endereço: Av. Raja Gabaglia, 1.753, Luxemburgo — BH/MG

 

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