
Foram condenados nesta terça-feira, 5 de dezembro, dois dos três acusados de matar a estudante universitária Larissa Gonçalves de Souza, na cidade de Extrema, Sul de Minas, em outubro de 2015.
O julgamento ocorreu no Tribunal do Júri da Comarca de Cambuí, e cada um recebeu a pena de 17 anos e 3 meses de prisão, em regime inicialmente fechado, estipulada pela juíza Patrícia Vialli Nicolini, da 1ª Vara Cível, Criminal e da Infância e da Juventude de Cambuí.
A pedido da defesa, o TJMG transferiu a sessão de julgamento de Extrema para Cambuí a fim de garantir a segurança e evitar o clima de comoção na cidade onde o crime ocorreu.
O júri teve início na segunda-feira, 4 de dezembro, às 9h, e terminou na terça-feira, 5 de dezembro, por volta das 21h30. Veja mais fotos no Flickr.
O comerciante José Roberto dos Santos Freire e o garoto de programa Valdeir Bispo dos Santos foram condenados pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver. Os jurados reconheceram a tese de homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e utilização de meio cruel. Valdeir ainda respondeu pelo crime de estupro de vulnerável, mas o Conselho de Sentença o inocentou dessa acusação.
O julgamento da técnica de enfermagem Rosiane Rosa da Silva, acusada de participar do sequestro e da morte da estudante, será marcado para outro dia devido à apresentação de atestado médico de seu advogado no primeiro dia do julgamento.

A promotora Rogéria Leme destacou a violência com a qual a vida da vítima foi tirada. Ela enfatizou a violência dos golpes e a existência de uma lógica que explica a participação de ambos para efetivar a morte.
O defensor público Luciano Guarnieri, que defendeu Valdeir Bispo, frisou a deficiência do Estado na formação do cidadão e as consequências disso na falta de oportunidades sociais, o que impeliu o réu ao crime.
Já os advogados Roberto Soares e Mauro Corsi insistiram que o sentimento de José Roberto pelo namorado da vítima foi a motivação do crime. O advogado Roberto Soares chegou a apresentar, durante a tréplica, a tese de violenta comoção, que prevê redução da pena.
A tese foi criticada pela promotora Rogéria Leme, que enfatizou a impossibilidade de a vítima ter "provocado" ou concorrido para que o crime ocorresse.
A denúncia
De acordo com a denúncia do Ministério Público, a estudante Larissa foi assassinada em 23 de outubro de 2015, aos 21 anos, no Bairro Ponte Nova, em Extrema. A jovem teria sido sequestrada na rodoviária da cidade pelos três réus – José Roberto dos Santos Freire, Valdeir Bispo dos Santos e Rosiane Rosa da Silva –, tendo sido, em seguida levada para a casa do comerciante, onde foi morta.
O corpo foi posteriormente envolto em uma sacola plástica e levado a uma área de mata da cidade, onde foi jogado em uma ribanceira.
Ainda segundo a denúncia do Ministério Público, a vítima foi encontrada amarrada pelos punhos e tornozelos e teve a cabeça envolta em fita adesiva. A morte teria ocorrido por asfixia, mas a jovem apresentava fraturas no punho, no osso hioide e no maxilar, provocadas por golpes de peso de academia.
Narra ainda a denúncia que o comerciante planejou a morte de Larissa por ter interesse no namorado dela; o outro acusado, por sua vez, foi motivado a assassinar a jovem para receber R$ 1.000; e a técnica de enfermagem, apenas porque o comerciante pediu a ajuda dela no crime.

O andamento processual pode ser conferido aqui.
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