Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

TJMG dá início à Semana Justiça pela Paz em Casa

A palestra de abertura foi sobre a construção de relacionamentos entre homens e mulheres


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O presidente Gilson Soares Lemes ressaltou a importância de denunciar crimes contra as mulheres e punir os agressores (Foto: Mirna de Moura/TJMG)

“Homens e Mulheres: uma história de construção dos relacionamentos” foi o tema da palestra desta segunda-feira (16/8) que deu início à Semana Justiça pela Paz em Casa no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. A expositora do tema foi a historiadora Mary Lucy Murray Del Priore.

O evento foi promovido pela Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef) com participação da superintendente adjunta da Ejef, desembargadora Mariângela Meyer.

O TJMG, por meio da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Comsiv), realiza ações para dar visibilidade às medidas efetivas de combate aos casos de violência contra a mulher. A Semana Justiça pela Paz em Casa é uma dessas inciativas.

Este ano, a campanha está sendo realizada em três semanas. A primeira foi entre os dias 8 e 12 de março. A segunda começou nesta segunda-feira (16/8) e segue até a próxima sexta-feira (20/8). Já a terceira semana será de 22 a 26 de novembro.

Na abertura do evento, de forma virtual, o presidente do TJMG, desembargador Gilson Soares Lemes, falou sobre a importância da promulgação da Lei Maria da Penha, que, “há exatos 15 anos, representou um divisor de águas no cenário da violência contra a mulher”.

O presidente Gilson Lemes lembrou que houve desdobramentos a partir dessa legislação, como a criação dos juizados especializados, a expansão das delegacias de mulheres e a promoção de uma maior articulação entre Ministério Público, Defensoria Pública e Judiciário, com o objetivo de criar um sistema de justiça mais humanizado e comprometido com o atendimento e a proteção às vítimas.

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A historiadora Mary Lucy Murray Del Priore apresentou os desafios e vulnerabilidades pelos quais as mulheres já passaram ao longo da história (Foto: Divulgação/TJMG)

“Trata-se, sem sombra de dúvidas, de um marco legal, educacional, humanístico e de ações afirmativas. No rastro da legislação, surgiu ainda a Lei do Feminicídio, em 2015, que introduziu uma qualificadora nos homicídios praticados contra mulheres por questões de gênero.”

Ações afirmativas

Sobre a Justiça pela Paz em Casa, o presidente Gilson Soares Lemes afirmou que a campanha, promovida pelo Conselho Nacional de Justiça, em parceria com os tribunais de justiça estaduais do País, busca exatamente ampliar a efetividade dessa emblemática lei, concentrando esforços para agilizar o andamento dos processos relacionados à violência de gênero”.

Ele ressaltou a importância de denunciar esses crimes, punir os agressores, fortalecer a rede de proteção para o empoderamento e a emancipação econômica, social e emocional das vítimas, criar espaços de reflexão para que os homens não perpetuem o padrão de violência e disseminar informações sobre o tema para todos e todas.

“Esse é, em síntese, o trabalho que precisa ser feito, e ele abrange várias frentes. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais, por meio da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, tem buscado parcerias e empreendido esforços diversos nesse sentido, contribuindo assim para o enfrentamento desse dramático contexto de violência de gênero”, concluiu.

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A juíza Bárbara Lívio foi a debatedora da palestra virtual (Foto: Divulgação/TJMG)

História de construção dos relacionamentos

A historiadora Mary Lucy Murray Del Priore abordou a temática: “Homens e Mulheres: uma história de construção dos relacionamentos”.

A palestrante apresentou os desafios e vulnerabilidades pelos quais as mulheres já passaram ao longo da história e os aspectos que contribuíram para um melhor enfrentamento contra a violência doméstica e familiar.

Mary Lucy Murray apresentou uma narrativa em que a sociedade era marcada pelo patriarcado exacerbado, desde o descobrimento do Brasil.

“Nesse arcabouço, a mulher era associada à imagem de um ser fragilizado, para seguir ordens do homem. Ela tinha que cuidar da casa e dos filhos. Era como se ela fosse adestrada a viver em torno do homem. A mulher já sofria violência psicológica.”

Com o passar do tempo, a mulher passou a reagir e buscar um espaço maior na sociedade. “Ao longo dos séculos XIX e XX, ela passa a explorar determinados ofícios como gerenciar atividades da casa e até mesmo questionar a autoridade do homem. Elas vão ganhando a vida pública”, disse.

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A desembargadora Ana Paula Caixeta ressaltou a importância da Semana Justiça pela Paz em Casa para o fortalecimento de ações voltadas para o enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a mulher (Foto: Divulgação/TJMG)

Ainda de acordo com a historiadora, o atual cenário é marcado por episódios de violência conjugal. A mulher tem buscado, ainda que de forma lenta, alternativas para enfrentar agressões e construir uma sociedade mais justa, próspera e pacífica, onde todas e todos possam se realizar plenamente, em todas as suas potencialidades.

A juíza da 2ª Vara Cível da Comarca de Teófilo Otoni e presidente do Fórum Nacional de Juízas e Juízes de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (Fonavid), Bárbara Lívio, foi a debatedora da palestra virtual. O juiz Leonardo Guimarães Moreira, do Juizado Especial da Comarca de Pedro Leopoldo, o mediador.  O magistrado apresentou perguntas enviadas no chat do evento.

A juíza Bárbara Lívio defendeu a necessidade de reformular a resposta estatal diante das agressões sofridas pela mulher. A magistrada destacou a importância de ir além da punição ao agressor e buscar práticas de reflexões para que o comportamento agressivo seja anulado.

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A desembargadora Paula Cunha e Silva destacou a importância do acolhimento da mulher em situações de violência doméstica e familiar (Foto: Divulgação/TJMG)

A superintendente da Comsiv, desembargadora Ana Paula Caixeta, ressaltou a importância da Semana Justiça pela Paz em Casa, que é mais uma oportunidade para o fortalecimento de ações voltadas para o enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a mulher.

A magistrada acredita que a iniciativa, entre outras, pode contribuir para a construção de novos caminhos marcados por um ambiente mais harmonioso e com mais respeito entre homens e mulheres.

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O juiz Leonardo Guimarães Moreira foi o mediador do evento virtual (Foto: Divulgação/TJMG)

A superintendente adjunta da Comsiv, desembargadora Paula Cunha e Silva, ao encerrar o encontro virtual, também destacou a importância da união de esforços para o enfrentamento da violência doméstica e familiar e o acolhimento à mulher.

Veja a palestra na íntegra.  

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