Em uma ação convergente com a tradicional campanha natalina do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a Coordenadoria da Infância e da Juventude (Coinj) fomentou a participação de unidades de acolhimentos selecionadas na ação Papai Noel dos Correios de 2024. A atuação possibilitou o apadrinhamento de 420 cartas de crianças e adolescentes de 40 instituições de acolhimento de Belo Horizonte. Os presentes foram entregues entre os dias 19 e 23/12 de 2024.
A ação foi possível graças a um Acordo de Cooperação Técnica firmado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, assinado pelo presidente do CNJ, ministro Luís Roberto Barroso, em outubro de 2024. Pela parceria, as Coordenadorias da Infância e da Juventude de todo o País foram estimuladas a aderir à Campanha Papai Noel dos Correios.
Em novembro de 2024, a Coinj do TJMG encaminhou modelos de cartas fornecidos pelos Correios ao público atendido pelas 40 instituições de acolhimento da Capital mineira e orientou as equipes sobre a confecção dos textos. A Coordenadoria recolheu os pedidos e os repassou aos Correios. As cartas foram levadas a dois postos de coleta em BH, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e no Shopping Boulevard, onde puderam ser escolhidas por padrinhos anônimos.
De acordo com a superintendente da Coinj, desembargadora Alice de Souza Birchal, a ação tem grande impacto social, porque, em sua simplicidade, que se baseia na colaboração, na fraternidade e na generosidade, articula pessoas e entidades em torno do objetivo de trazer a crianças e adolescentes, além de brinquedos, roupas e outros itens, uma experiência de afeto, memórias significativas e um incentivo à confiança no futuro.
"A Campanha Papai Noel dos Correios é um exemplo de como a união de esforços pode impactar vidas. Ao conectar as crianças e os adolescentes acolhidos a padrinhos solidários, não apenas proporcionamos momentos de alegria, mas também reafirmamos o compromisso da sociedade com a construção de um futuro mais humano e inclusivo", destacou a magistrada.
Estímulo à solidariedade
Na avaliação das profissionais que atuam nas instituições de acolhimento, o gesto tem grande potencial transformador. Segundo a coordenadora da Casa dos Irmãos, Carolina Rocha, que acolhe crianças de 0 a 12 anos, a mobilização no final do ano é muito importante, mas deveria ocorrer com maior frequência. "Essa ação renova os sentimentos de esperança nas crianças, não só quanto à questão material, mas na perspectiva da solidariedade, do companheirismo. Isso movimenta a unidade de uma maneira bastante positiva", disse.
Para Gisele Profeta, que é assistente social da Casa Bem-Te-Vi, que acolhe adolescentes do sexo masculino de 12 a 17 anos, com trajetória de vida nas ruas, a iniciativa da Coinj do TJMG tem grande relevância, pois propicia uma atenção diferenciada aos jovens no fim do ano. "Os adolescentes que vivem aqui não têm família. É ótimo que se sintam acolhidos, ainda mais nesse período de festas, e que vejam que são importantes e que alguém se preocupa com eles. Mesmo que sejam mais velhos e já não acreditem em Papai Noel, ficam na expectativa de algum presente e desse carinho", afirmou.
A educadora Sonia Fernandes, da Casa Aquarela, que acolhe meninos e meninas de 12 a 17 anos, também ressaltou a importância do apadrinhamento das cartas. "Essa ação tem um impacto positivo. Acredito que a campanha inspira a criatividade e os sonhos dos adolescentes. Apesar dos desafios que a formação nessa área envolve, é um público que possui muitos sonhos, vontades e esperanças, e é a esses projetos que a gente se agarra na busca pela melhoria da educação deles", concluiu.
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