Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Depoimentos de pessoas que adotaram

- Depoimento da Shirley Machado

"Adotar uma criança maior é ter essa emoção elevada à nona potência, pois uma criança que já se reconhece como indivíduo você precisa conquistar, ao mesmo tempo em que se permite ser por ela conquistado. Nessa dança afetiva, vamos aos poucos acertando o ritmo e o passo, em um aprendizado intenso, contínuo, revigorante.”

 

- Depoimento Bianca C.S. dos Santos e Silvestre dos Santos

“Nossa história com nossa filha Isabela, teve início nos primeiros dias de janeiro, quando recebemos uma indicação pela Lúcia Carvalho, se gostaríamos de conhecer uma bebê, com 4 dias de nascida e surdez parcial. Respondemos que sim, mas no dia seguinte tivemos uma resposta da Dra. Mônica que a indicação seria suspensa, pois a bebê estava fazendo novos exames e teria outros problemas mais graves.

O mês de janeiro passou e na semana do carnaval, tivemos um novo contato da Lúcia, que estava de férias, mas que dessa vez tinha a indicação diretamente para nós se gostaríamos de conhecer a mesma bebê, mas agora com surdez parcial, cardiopatia e outros diagnósticos não fechados e sendo investigados. A própria Dra Mônica perguntou se nós desejaríamos conhecer a Isabela, conforme as informações passadas pela Lúcia e no mesmo dia confirmamos o desejo de conhecê-la assim que ela recebesse a alta do hospital. Conhecemos nossa filha no dia 13/02/2016 e na mesma hora que a peguei em meu colo, senti que era a minha filha.

Apesar do meu marido se sentir com medo diante do que nos foi informado sobre a Isabela, respeitei que ele precisava de um tempo para então sentir o mesmo que eu já tinha sentido, de que era sim, a nossa Isabela, nossa filha.

Passamos o final de semana pensativos, buscando a confirmação em Deus e na segunda-feira dia 15/02 resolvemos que era de fato a nossa filha e a queríamos o mais rápido conosco, informando assim a Dra. Mônica através de e-mail. Corremos com alguns documentos que nos foram pedidos e entregamos para a Dra. Silvana, para a entrada no pedido de guarda. A nossa Isabela veio para o seu lar, em nossos braços, seus verdadeiros pais, no dia 23/02/2016.

Nossa vida nunca mais foi a mesma depois que nossa filha chegou... Hoje tudo tem mais cor e mais fé, pq ela é a prova viva de que o amor é o mais forte dos laços de uma família.”

 

- Depoimento Neiva Marins

"É sempre muito difícil falar de nossa história sem me emocionar, lembro que não ficamos na fila nem um dia, ela chegou a nós por busca ativa aos 4 anos tinha um laudo de PC e Hidrocefalia, cadeirante e pronunciava algumas palavras a maioria incompreensível, no exato momento que eu vi minha filha pela primeira vez eu tive muito medo, medo de não dar conta, medo de não superar as expectativas, isso tudo passou em um segundo quando eu segurei ela no meu colo pela primeira vez. O medo simplesmente foi embora. E foi melhor do que eu podia esperar os últimos dois anos foram uns dos melhores da minha vida. Com toda a rotina e correria eu vi minha filha aprender a andar, aprender a falar, dançar, encarar desafios, vi ela receber nosso sobrenome, vi ela me ensinar o que é amor incondicional, me ensinar a ser mais tolerante e não levar a vida tão a sério, eu agradeço a Deus todos os dias por ela nos adotar como pais.”

 

- Depoimento Beto e Fernanda

 "Nós somos um casal de pais adotivos, sempre sonhamos em adotar crianças. Em 2006, adotamos uma menininha linda, Amanda, ela chegou com 3 dias de nascida. Ficamos muito felizes com a chegada dela, mas com o passar do tempo, sentimos falta de outra criança. Uma pessoa da nossa família frequentava um abrigo de crianças com deficiência e nos contou a história de uma menininha de 3 anos, cadeirante, a Maria Eduarda. Ficamos interessados e nós três fomos conhecê-la num dia de visita. Ela se demonstrou muito receptiva a nossa família e logo ficamos encantados com sua esperteza e carisma. Decidimos adotá-la e passávamos diariamente no abrigo para que ela nunca mais se sentisse sozinha ou abandonada, até que o processo de guarda saísse. Ela nos aguardava no portão com um sorriso no rosto e sabia que estaríamos lá para lhe dar atenção, carinho e principalmente, amor de família. Maria Eduarda foi para nossa casa em 6 de julho de 2014, a cada dia vem evoluindo e crescendo em afeto e determinação. Ela não esquece os amigos do abrigo e afirma que será juíza quando crescer, para ajudar as crianças de todos os abrigos a encontrarem uma família tão boa quando a dela."

 

- Depoimento Maro Mannes

“Enquanto ainda não era pai pensava que todos os dias podiam ser apenas como qualquer outro, mas não tinha ideia que dois telefonemas podiam mudar tudo, mudar todos os dias que se seguiram.

Sempre pensei que a oportunidade de ser pai surgiria no tempo certo, mas o que não pensei é que junto aos filhos surgiriam também incertezas e a sensação de não se saber mais nada sobre o que pode vir acontecer; sempre pensei que sete anos, período entre a busca dos filhos biológicos ou adotivos, foi uma espera longa para um sonho, mas descobri que um único dia pode parecer mais longo do que tantos anos; sempre sonhei com o dia em que veria meus filhos nascerem, mas o que não sabia era que um filho pode nascer já tendo uma história de vida anterior; sempre pensei em passar nove meses treinando sobre como tornar-me pai, mas o que eu não sabia é que se pode acordar um dia e descobrir que se é pai; sempre pensei que existia um manual sobre ser pai, mas descobri que o manual está dentro de nós mesmos e que um dia simplesmente sabemos tudo o que devemos fazer; sempre pensei que chegaria o dia em que seria apresentado ao Henrique e a Isadora, o que não pensei é que duas frases ao telefone ecoariam na minha mente sem que pudesse esquecer “nasceu um menino, negro, saudável, se o casal quiser conhecê-lo” ”tenho uma menina, branca, saudável, e não quero ser mãe”.

Pelo nascimento deles aprendi que posso ser pai de uma criança que tenha outra etnia, outra cor, outro cabelo, mesmo assim ele será intensamente amado e se parecerá comigo nas questões fundamentais da vida, em personalidade, caráter e espiritualidade, como também aprendi que a adoção transforma a vida de uma criança, e o adotante deve se compenetrar da grande responsabilidade que está assumindo e que essa situação é para sempre, compreendendo que o maior requisito para se tornar um verdadeiro pai, é a disponibilidade de amar, e por essa entrega a causa da adoção, estes meus dezenove anos de vida, entre a espera, os telefonemas e a vivência paterna em plenitude são de uma alegria sem comparação.”

 

Os depoimentos foram retirados dos sites:

  • queroumafamilia.mprj.mp.br/depoimentos
  • portaladocao.com.br/depoimentos/