A edição de março da missa de graça e louvor do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), realizada quarta-feira (3/3) no Edifício Sede, na capital, reuniu magistrados, servidores, funcionários e a comunidade para meditar sobre a palavra de Deus.
A celebração contou com a participação do presidente do TJMG, desembargador Gilson Soares Lemes, que proferiu a primeira leitura, retirada do livro do profeta Jeremias. As preces foram lidas pelo desembargador José Eustáquio Lucas Pereira.
O padre Gilson de Oliveira Filho afirmou que a reflexão da liturgia é o exercício da autoridade. Segundo ele, os discípulos desejam saber quem é o primeiro, qual a posição que terão no Reino, e Cristo explica pacientemente como o verdadeiro seguidor de sua lei deve se portar.
O sacerdote relembrou o exemplo de dois juízes famosos da Bíblia, Débora e Salomão, e frisou que, conscientes da importância e da gravidade da tarefa que iam desempenhar, eles pediram a sabedoria a Deus. Ao comentar o tempo da quaresma, enfatizou que é um momento para conversão e transformação.
“Jesus não evita a dificuldade e o sofrimento, não se esquiva nem foge. No Evangelho, vemos que ele sobe a Jerusalém sabendo quais serão as consequências. Nós não somos assim. Muitas vezes, ficamos tão ansiosos e afobados diante dos problemas que nos tornamos cegos para a solução”, disse.
Segundo o padre Gilson de Oliveira, o modelo que Cristo propõe é radicalmente diferente: nele, o primeiro é aquele que se põe a serviço de todos. “Autoridade não vem de bater na mesa, mas da postura, da proximidade. Precisamos cultivar no coração das pessoas não o medo, mas o respeito. Este independe do lugar que ocupamos”, destacou.
De acordo com o padre, a atual pandemia e o desafio do enfrentamento da doença evidenciam o quanto todos são necessários para o bem comum. “Temos funções diferentes, mas o mesmo valor existencial. Num hospital, por exemplo, valorizamos os médicos. Mas e aqueles que lavam lençóis, fazem a comida, esterilizam os equipamentos, trabalham na recepção?”, questionou.
“Peçamos ajuda ao Senhor para que ele nos envie o Espírito Santo, com seus dons de sabedoria e discernimento. Assim poderemos nos posicionar como devemos e compreender que a dignidade de nós todos é idêntica”, afirmou.
As missas ocorrem desde outubro de 2020, nas primeiras quartas-feiras do mês, às 17h, no saguão da Sede do Judiciário estadual, em Belo Horizonte (Avenida Afonso Pena, 4.001, Serra). Também participa a cantora e instrumentista Saray Lacerda.
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