Recepcionistas, ascensoristas e porteiros que trabalham em diversas unidades do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) serão capacitados com o curso de Libras para melhor atender ao público interno e externo. Libras é a língua brasileira de sinais. É por meio dela que milhares de pessoas portadoras de deficiência auditiva e de fala conseguem se comunicar.
O curso será realizado nos próximos quatro meses, sempre às segundas e sextas-feiras, para uma turma de até 30 profissionais. Eles integram a equipe da empresa Plansul — Planejamento e Consultoria/BH, que presta serviços no TJMG.
A juíza auxiliar da Presidência e supervisora da Diretoria Executiva da Gestão de Bens, Serviços e Patrimônio (Dirsep), Rosimere das Graças Couto, comenta que o TJMG tem por visão ser reconhecido junto à coletividade pela excelência de sua atuação. E que, para alcançar essa meta, uma comunicação eficaz torna-se essencial.
“Nesse sentido, o Tribunal de Justiça está colocando em prática uma gestão inovadora, e isso inclui manter uma comunicação interna eficaz para obter um melhor entendimento entre os servidores, já que contamos com deficientes auditivos, o que resulta na ampliação da produtividade individual e coletiva e, consequentemente, na excelência de atuação”, diz a magistrada.
“Diante desse contexto, o curso de Libras é muito importante para atingir a boa comunicação, tanto entre os colaboradores, quanto com o público externo, tendo em vista que ele é uma ferramenta para garantir a socialização e a interação do portador de deficiência auditiva e de fala no âmbito do Tribunal", acrescenta.
Inclusão social
A responsável pela Gerência de Acompanhamento e Gestão de Serviços Gerais (Geseg), Luíza Augusta de Souza, diz que o objetivo do curso é proporcionar a inclusão social de pessoas com deficiência auditiva na rotina de trabalhos do TJMG. Assim como todo brasileiro, os deficientes auditivos devem ser inseridos de toda e qualquer forma na vida em sociedade, e uma das maneiras mais básicas de inclusão é por meio da linguagem.
Outras turmas deverão também participar do curso. A gerente explica que é necessário dividir os profissionais para que o atendimento normal do TJMG não sofra descontinuidade.
A recepcionista Vani Moura Santos Vieira, da Unidade Afonso Pena, tem boas expectativas em relação ao curso. Ela diz que, nas situações em que recebe uma pessoa com deficiência auditiva, tem dificuldade de entender qual o propósito da visita. “Há momentos em que tento adivinhar”, diz.
Ainda que tenha dificuldades iniciais para assimilar o sistema linguístico de natureza visual-motora ministrado no curso, Vani Moura diz que o curso é de extrema importância para o seu trabalho, porque estará qualificada para atender as pessoas portadoras de deficiência auditiva e de fala.
O curso é ministrado por Mayke Jesus de Oliveira, que integra a Associação dos Surdos e Mudos de Minas Gerais (ASMG). A associação desenvolve inúmeras ações de educação e capacitação em favor da comunidade surda brasileira, bem como a defesa de seus direitos.
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