Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Pinturas em tela no Fórum Lafayette abordam racismo

Exposição fica aberta até 16 de fevereiro do próximo ano


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Elvis Presley motoboy, Marilyn Monroe passista de escola de samba, James Dean algemado, Sophia Loren empregada doméstica, Che Guevara integrante da facção Primeiro Comando da Capital, o PCC, e a atriz Audrey Hepburn está vestida como baiana do acarajé. Todos eles brasileiros, pobres e negros. É assim a mostra de pinturas em tela que debate o racismo da artista plástica Helena Rodrigues. A abertura da exposição “Eu sou neguinha”, na Galeria de Arte do Fórum Lafayette, em 28 de novembro, reuniu curiosos, muitos artistas, servidores do Poder Judiciário e pessoas que, até então, mostravam-se céticas com a proposta da artista de discutir o preconceito racial por meio de figuras públicas.

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Público aprecia Elvis Presley, negro, brasileiro e motoboy

“Eu vim à exposição porque fiquei curioso quando li que a artista ia colocar atrizes e atores brancos hollywoodianos como negros brasileiros. Achei a exposição muito interessante. De fato, é uma forma de propor a discussão do racismo sem ofender ninguém”, ressaltou a musicista Elizabeth dos Anjos.

 

A própria artista Helena Rodrigues fez questão de destacar que os ídolos do cinema, da música, do teatro e da política eram, em maioria absoluta, brancos nas décadas de 1960 a 1980. Por isso a proposta de imaginar como seria o futuro deles se fossem nascidos e criados no Brasil. “Sabemos o quanto a maioria negra vivia e vive em condições menos favorecidas no País”, declarou.

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A exposição reúne também artistas brancos hollywoodianos como negros brasileiros

O advogado Ítalo Souza Nicoliello lembrou que fica patente, a partir da análise das obras, a falta de oportunidades para o negro brasileiro. “É arte, claro, mas essa dificuldade de ascensão, mesmo com uma política afirmativa, ainda existe no Brasil e em vários outros países também. Parabéns ao Tribunal de Justiça de Minas por abrir espaço para a exposição”, disse.

 

O elogio ao TJMG veio também do produtor gráfico José Nicolau de Abreu que, inclusive, lembrou que a abertura da exposição coincide com o período em que se comemora o Dia da ConsciênciaNegra. O servidor Roosevelt Pimenta, da 34ª Vara Cível, elogiou os trabalhos, mas admitiu sentir tristeza ao constatar a realidade dos negros. “A exposição é lúdica, mas é triste perceber esse preconceito exagerado. Saber que, por exemplo, a Sophia Loren, mesmo com toda a beleza, talvez não tivesse o mesmo sucesso se fosse negra e nascida no Brasil”, imaginou.

 

Opinião semelhante teve a servidora Maria Cristina Palomino, gerente do distribuidor, do protocolo e da central de devolução de autos do Fórum Lafayette. “Essa é uma das exposições mais lindas que vi na Galeria de Arte. Achei muito interessante a proposta de colocar ídolos de outras épocas vivenciando realidades opostas às que tínhamos deles”, complementou.

 

A exposição ainda mostra a série “Eugenia”, que também trata da questão racial. Outras peças em bronze denominadas “Os Juízes” retratam como as pessoas comuns se comportam como julgadores do comportamento do outro no cotidiano. A artista Helena Rodrigues nasceu em Sete Lagoas e ingressou na Fundação Mineira de Arte (Fuma) em 1980 para estudar Desenho Industrial, migrando, dois anos depois, para a Escola Guignard, hoje pertencente à Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg). Formou-se em Artes Plásticas com habilitação em Educação Artística em 1987 e trabalhou como professora na rede pública e em escolas privadas.

 

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