Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Olhar para as questões de gênero na gestão é tema de palestra

Ação contou com cerca de 200 participantes


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A 1ª e a 2ª Vice-Presidências do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), por meio da Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef), realizaram nesta quinta-feira (23/3) a palestra “Um olhar para as questões de gênero na gestão”, ministrada pela juíza Lívia Lúcia Oliveira Borba, mestra pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam). O evento foi realizado no Auditório do Tribunal Pleno do TJMG para cerca de 200 participantes, entre magistradas, magistrados, servidoras e servidores, gerentes, coordenadoras e coordenadores de área, escrivãs, escrivães e escreventes da Superintendência Judiciária (Sejud) do TJMG.

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Mesa de honra contou a presença de desembargadores, juízes do TJMG e a palestrante (Crédito: Juarez Rodrigues/ TJMG)

A Mesa de Honra foi formada pelo 1º vice-presidente do TJMG, desembargador Alberto Vilas Boas; pela 3º vice-presidente do TJMG, desembargadora Ana Paula Nannetti Caixeta, representando o  2º vice-presidente do TJMG e superintendente da Ejef, desembargador Renato Dresch; pela vice-corregedora geral de Justiça, desembargadora Yeda Monteiro Athias; pela juíza auxiliar da 1ª Vice-Presidência do TJMG, Mônica Silveira Vieira, e pela palestrante, a juíza Lívia Lúcia Oliveira Borba.

O 1º vice-presidente do TJMG, desembargador Alberto Vilas Boas, cumprimentou a todos, com atenção especial às desembargadoras que compuseram a mesa, e também as desembargadoras Kárin Liliane de Lima Emmerich Mendonça e Maria Inês Rodrigues de Souza.

“A paridade de gênero, como foi detectado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), é uma das questões mais relevantes no âmbito da sociedade brasileira atual. Sabemos que a violência de gênero pode acontecer em vários espaços e gostaria de agradecer à doutora Lívia pela disponibilidade em nos fornecer um olhar, uma visão especial de uma questão que é muito importante para todos nós. Não apenas como sociedade, mas internamente no âmbito das relações humanas que construímos no contexto do tribunal”, disse o 1º vice-presidente  Alberto Vilas Boas.

A 3ª vice-presidente, desembargadora Ana Paula Caixeta, afirmou o quanto essa reflexão sobre a violência é essencial. “Essa questão da violência aparente esconde outras violências subjacentes. É preciso ver e tratar de questões como as violências silenciadas ou questões mal interpretadas no ambiente institucional. A palestrante traz muitas reflexões e isso é muito importante para que nesse momento de abertura, dentro do TJMG, possamos tratar desse assunto de forma transparente, clara e elucidativa. O tema envolve questões culturais, comportamentos estruturados na sociedade e o nosso aprendizado é diário”, disse.

Jornada tripla feminina

Ao iniciar sua apresentação, a juíza Lívia Borba trouxe alguns exemplos de casos de magistrados e magistradas sobre produtividade, licença-maternidade e também momentos estressantes em sua vida pessoal, para explicar o contexto do olhar diferenciado sobre o que se espera de homens e mulheres em cargos de gestão.

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Juíza Lívia Borba (Crédito: Juarez Rodrigues/ TJMG)

“A ideia foi trazer aqui alguns conceitos sobre a divisão do trabalho e o impacto na vida das mulheres e das instituições, assim como os traços de liderança que são esperados dos homens e das mulheres, e quais as diferenças entre eles. Espero que as pessoas tenham refletido sobre como esse contexto em que o trabalho está inserido precisa ser modificado para maior participação feminina”, disse a juíza Lívia Borba.

Ela mostrou como o peso das responsabilidades domésticas para os profissionais masculinos e femininos é muito diferente, e apresentou o conceito da jornada tripla na vida das mulheres. “As questões de gênero são inseparáveis da gestão. A mulher possui uma jornada tripla que inclui a profissional, a pessoal e a psicológica, que envolve a culpa por não conseguir dar 100% de si em nenhuma das duas anteriores e equilibrar sua vida. As mulheres são sempre gestores em mais de uma posição e ainda há muito trabalho a ser feito", afirmou.

Após a palestra, a juíza auxiliar da 1ª Vice-Presidência do TJMG, Mônica Silveira Vieira, fez questão de agradecer e partilhar também algumas de suas experiências pessoais sobre preconceito de gênero e o problema da cultura machista milenar arraigada na sociedade atual. “As pessoas não conseguem avaliar suas próprias condutas de discriminação de gênero e o pior de tudo, é ser maltratada por outras mulheres”, disse a juíza Mônica Vieira.

Metodologia ativa

Após sua explanação, a juíza solicitou aos participantes que usassem seus celulares para a leitura de um QR Code com duas questões que deveriam ser respondidas com as primeiras palavras que pensassem. As questões eram: “Quando eu falo em gestão, qual a palavra que vem à sua mente?” e “Quando eu falo em gênero, qual a palavra que vem à sua mente?”.

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Cerca de 200 pessoas participaram da palestra no Auditório do Tribunal Pleno (Crédito : Juarez Rodrigues/ TJMG)

“Eu queria ouvir a opinião de todos, compreender como pensam e associam essas ideias e ainda criar um modelo mais interativo e participativo”, explicou a palestrante.

As principais palavras postadas pelos participantes na pergunta sobre gestão foram administração, liderança, eficiência, organização, produtividade e cooperação, entre muitas outras. Já entre as palavras ligadas a gênero se destacaram os termos diversidade, discriminação, respeito, identificação, opressão e igualdade.

Ao final, foi aberto um momento para a fala e, com a oportunidade, desembargadoras, juízas e servidoras se emocionaram, agradeceram a reflexão, contaram suas histórias e deram exemplos de violências, culpa e discriminação que já viveram ou ainda vivem. “Eu acredito na importância do movimento coletivo. Acredito muito nisso. Não somos super mulheres e precisamos parar de acreditar nesse mito”, finalizou a juíza Lívia Borba.

Veja aqui o álbum da palestra “Um olhar para as questões de gênero na gestão”.

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