“Dê ao homem um peixe e ele se alimentará por um dia. Ensine um homem a pescar e ele se alimentará por toda a vida.” Muitos citam esse antigo provérbio chinês, concluindo-o com a frase “não dê o peixe, mas ensine a pescar”, em uma crítica a ações assistencialistas. Dizem que essas iniciativas se ancoram unicamente em atender necessidades emergenciais, sem uma preocupação com um horizonte no qual as pessoas possam romper o ciclo da pobreza e alcançar autonomia.

De fato, programas que vão além de ajudas pontuais têm potencial de efetivamente transformar realidades. Contudo, há períodos em que “dar o peixe” é o que precisa ser feito. São situações emergenciais, para as quais nossa resposta precisa ser solidária e rápida, no agora, por meio de ações concretas e emergenciais, e com os olhos em um horizonte futuro.

Nesse sentido, são extremamente importantes os movimentos desencadeados pelas redes de voluntariado, que têm levado alimento para o corpo e a alma de milhões de pessoas, em todo o planeta, todos os dias. Um fenômeno muitas vezes invisível, mas capaz de salvar vidas e resgatar esperanças, impactando fortemente não apenas os beneficiados diretos pelas ações voluntárias, mas também quem se voluntaria, mudando visões de mundo e contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa.

Neste 5 de dezembro, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) como Dia Internacional do Voluntariado, gostaria de expressar minha gratidão, em nome do Poder Judiciário, a cada um que se doa em prol do outro. E que façamos uma reflexão sobre o quanto somos privilegiados, em tempos tão difíceis, por estarmos “do outro lado”, na condição de poder ajudar, de poder partilhar um pouco do que temos.

A todos os voluntários, minhas efusivas congratulações! 

Desembargador Gilson Soares Lemes
Presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais