Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Magistrada do TJMG ministra palestra sobre violência contra mulher

Cibele Barroso, da Comarca de Itabira, abordou o tema em live promovida pelo Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais


- Atualizado em Número de Visualizações:
not-violencia-invisivel.jpg
A magistrada do TJMG Cibele Barroso abordou em sua palestra os vários tipos de violência contra a mulher (Foto: Divulgação/TJMG)

A juíza titular da 2ª Vara Criminal da Comarca de Itabira, Cibele Barroso, ministrou palestra sobre violência contra a mulher, nessa terça-feira (20/7), em live promovida pelo Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais (CRF-MG). A palestra faz parte do programa Minas de Superação – Doses de Força e Competência, iniciativa que pretende prevenir e colaborar para o enfrentamento dos casos de violência contra a mulher.

O programa conta com o apoio do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, por meio da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Comsiv), e visa conscientizar e capacitar farmacêuticos de todo o estado a promover os direitos da mulher. A iniciativa do CRF-MG deverá ser adotada pelo Conselho Federal de Farmácia, que pretende expandi-la para o resto do país.

“Quero parabenizar o Conselho Regional de Farmácia pela iniciativa. Quem dera se todas as classes profissionais se preocupassem com um problema tão sério, que atinge as mulheres, independente de classe social”, disse a juíza Cibele Barroso.

De acordo com ela, a violência contra as mulheres tem origem em uma sociedade machista e patriarcal, como a brasileira, e que só agora começa a despertar para um problema tão sério, que já provocou a morte de milhares de mulheres nos últimos anos.

A magistrada explicou que existem vários tipos de violência contra a mulher, como a moral, física, sexual, psicológica, patrimonial e econômica. “Muitas vezes a violência é invisível, mas também deixa marcas em todas as mulheres.”

A juíza afirma que a violência contra as mulheres ocorre de diversas maneiras, não se limitando a ações explícitas. “Uma mulher sofre violência quando o marido decide qual o corte de cabelo ela vai usar ou quando tem que escolher um tipo de roupa para não ser assediada na rua”, exemplifica a magistrada.

Ainda em sua palestra, a juíza Cibele Barroso abordou a Lei Maria da Penha, de 2006, considerada uma grande conquista das mulheres brasileiras. “Maria da Penha é uma farmacêutica do Ceará, era casada com um economista e professor universitário e foi vítima de tentativa de assassinato, praticada pelo próprio marido”, conta a magistrada.

Para a juíza, a Lei Maria da Penha trouxe conquistas para as mulheres porque dispõe de medidas protetivas que podem salvar vidas. “É uma lei que visa diminuir a disparidade de gêneros que existe no Brasil, um país extremamente machista e patriarcal. Muitas mulheres teriam sido salvas se a lei existisse há mais tempo”, afirma.

Pilares

Há 12 anos trabalhando com violência doméstica, o primeiro-sargento da Polícia Militar de Minas Gerais Webert Meneses, lotado na Sessão de Direitos Humanos da PMMG e especialista em Direito Militar e Humanitário, destaca que a violência contra a mulher está alicerçada em vários pilares. Apesar disso, apenas a violência física é levada em conta pela sociedade, lamenta o militar. “A violência psicológica é uma das mais perversas, pois destrói a autoestima da mulher e, para muitos, sequer é classificada como violência de fato.”

A delegada da Polícia Civil de Minas Gerais Amanda Machado Celestino, especialista em violência contra a mulher, relata que estuda e trabalha com o tema desde o início de sua carreira, há oito anos, na Zona da Mata mineira e na região leste de Minas Gerais. “A violência contra a mulher exige da Justiça um olhar diferenciado, porque são crimes recorrentes e ocorrem dentro do lar, formando uma espiral de forma crescente, com pequenos abusos, e podendo chegar a crimes mais graves”, afirma a policial.   

A live foi coordenada pela integrante da Comissão da Mulher do Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais, Elaine Batista, e pode ser vista no canal do CRF-MG na plataforma YouTube, por meio do endereço https://www.youtube.com/watch?v=ZpIc0V7zTgk

Assessoria de Comunicação Institucional – Ascom
Tribunal de Justiça de Minas Gerais – TJMG
(31) 3306-3920
imprensa@tjmg.jus.br
instagram.com/TJMGoficial/
facebook.com/TJMGoficial/
twitter.com/tjmgoficial
flickr.com/tjmg_oficial