Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Ejef promove curso de aperfeiçoamento

Formação deve capacitar juízes do estado até o fim do ano


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Na noite de hoje, 19 de março, iniciou-se o 6º Curso de Aperfeiçoamento Jurídico e Gerencial para Magistrados (CJUR). Serão três dias de reflexão, discussão e atividades práticas sobre assuntos como o combate à litigiosidade excessiva e a crimes contra a administração pública. A previsão da Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef) é realizar, até 2018, 11 cursos, que se destinam a todos os juízes das comarcas mineiras. Nas cinco edições anteriores, foram capacitados 329 magistrados.

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O desembargador Wagner Wilson salientou que os temas são pertinentes ao cotidiano dos magistrados

“Com o tema Enfrentamento do Fenômeno do Contencioso de Massa e da Corrupção pelo Poder Judiciário, esse curso pretende propor alternativas para o tratamento das inúmeras demandas distribuídas diariamente. O Judiciário tem sido chamado a atuar em múltiplas questões e a buscar alternativas para lidar com o elevado contingente de processos que discutem o mesmo objeto e que reclamam julgamentos confiáveis e rápidos”, afirmou, na abertura, o 2º vice-presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e superintendente da Ejef, desembargador Wagner Wilson.

 

O magistrado enfatizou para os cerca de 60 juízes que os participantes terão a chance de aprender sobre aspectos variados. “Sei que é difícil abandonar as atividades na comarca, mas essa é uma chance para atualização e enriquecimento. Desejo que o curso subsidie o trabalho dos senhores e converta-se em interação e aprendizagem. E que a sociedade possa ser a principal beneficiária de iniciativas como essa, que visam a uma justiça mais eficaz e célere”, concluiu.

 

O corregedor-geral de justiça, desembargador André Leite Praça, destacou que os assuntos escolhidos estão entre os mais relevantes no País no momento, como a corrupção e as demandas repetitivas. Ele defendeu que, além de uma oportunidade de troca de experiências entre o primeiro e o segundo grau, trata-se de um fórum de debate sobre o uso predatório da justiça, as demandas repetitivas e outras questões candentes. "Além disso, vamos trabalhar com a proposta de que juízes se envolvam com a administração de suas unidades, mensurando os frutos de suas ações, analisando resultados e procurando a melhora contínua", disse.

 

O presidente da Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis), desembargador Maurício Torres Soares, disse que tem aproveitado todas as ocasiões de reunião para ouvir os magistrados do interior. Ele ressaltou que a Amagis sempre teve uma relação de parceria com a Ejef, pois a instituição contribui para a qualificação da magistratura.

 

A abertura contou ainda com a participação da desembargadora Maria Luiza de Marilac, da juíza auxiliar da 2ª Vice-Presidência, Lisandre Borges Fortes da Costa Figueira, do juiz coordenador dos Juizados Especiais de Belo Horizonte, Francisco Ricardo Sales Costa, e da diretora executiva de Desenvolvimento de Pessoas da Ejef, Ana Paula Andrade Prosdocimi da Silva.

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Em torno de 60 magistrados estão participando do 6º CJUR

Palestra

 

A psicóloga e psicanalista Patrícia Ferreira da Costa, ao abrir os trabalhos, falou sobre desafios e possibilidades na gestão de pessoas. A palestrante ressaltou que, no ambiente profissional, as relações devem ser permeadas pela noção da humanidade que nos une a todos, não pela hierarquia ou pelo sentimento de superioridade. Segundo Costa, diante dos desafios e eventuais conflitos, precisamos ser flexíveis e perseguir uma atitude compreensiva.

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Patrícia Costa destacou que uma equipe pode facilitar ou prejudicar o trabalho do gestor, dependendo da abordagem adotada na liderança do grupo

Para a psicanalista, temos que ser, na vida cotidiana, maleáveis, pois uma postura intransigente dificulta os relacionamentos e o fato de ocupar uma função de autoridade não significa que a pessoa é superior às demais, ela apenas recebe responsabilidades maiores em relação ao serviço. “Além disso, é preciso desenvolver a capacidade de escuta, exercitar a sensibilidade para com os outros”, pontuou.

 

A psicóloga enfatizou que cada um deve encontrar sua forma de lidar com os subordinados, pois toda pessoa é singular e as situações que cada um encontra são diversas: "Não se pode ensinar alguém a gerir, assim como não é possível ensinar a ser pai ou mãe. A descoberta ocorre na prática. Mas, apesar de as necessidades serem distintas, elas precisam ser atendidas em alguma medida, pois o papel do gestor é facilitar o desenvolvimento de cada integrante da equipe e, com isso, aprimorar o desempenho coletivo".

 

Para a professora, que leciona na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje), o gestor é aquela pessoa que, sendo capaz de cuidar de si mesmo, por ter atingido um amadurecimento humano, pode abraçar tarefas abrangentes e cumpri-las. As pessoas saudáveis são as que conseguem dar um sentido pessoal ao que fazem, encontrando realização por possibilitarem, para si e para os outros, a produção de "gestos criativos em movimento".

 

"Minha ideia, aqui, é ajudá-los a identificar o que vocês todos já fazem e consideram óbvio ou muito simples, e que constrói nas comarcas um ambiente de respeito, um local onde os funcionários se sentem seguros para serem francos, para errar e se corrigir se preciso. Nesse aspecto, a figura do chefe é semelhante à dos pais e mães", falou.

 

Segundo a estudiosa, processos maquinais, em que as pessoas não são enxergadas em suas individualidades, geram pânico, depressão, ansiedade, agressividade. "O papel do gestor é atentar aos detalhes – cumprimentar, elogiar, corrigir com generosidade, resolver problemas levados a ele – para criar um contexto confiável, em que a qualidade da relação predomina. Vocês são depositários, não donos do poder. Mas isso não quer dizer que tenham que ser perfeitos", argumentou.

 

Oficinas

 

A questão da liderança e da capacidade de aumentar a produtividade, a integração e a satisfação das equipes também serão tratadas nos próximos dois dias, de forma prática, em oficinas ministradas pelos juízes Lisandre Borges Fortes da Costa Figueira, auxiliar da 2ª Vice-Presidência, Rafael Niepce Verona Pimentel, Mônica Silveira Vieira e Mateus Bicalho de Melo Chavinho.

 

Amanhã, estão previstos dois painéis: “Desjudicialização e as Ações para Redução da Litigiosidade Bancária”, com o consultor jurídico e advogado Marcelo Tostes, com mediação do desembargador Paulo Nogueira Gama, e “Enfrentamento da Criminalidade Organizada”, com o juiz da Vara de Execuções Penais de Uberlândia, Lourenço Migliorini Fonseca Ribeiro. Essa atividade terá como mediadora a desembargadora Maria Luíza de Marilac.

 

Outros assuntos que serão debatidos nas oficinas são Direito Processual Criminal e de Execução Penal, com o juiz auxiliar da Presidência Thiago Colnago Cabral; Direito de Família, com o juiz Clayton Rosa de Resende; Direito Civil, com o juiz Carlos Frederico Braga da Silva; e Mídia e o Poder Judiciário, sob a responsabilidade de integrantes da Assessoria de Comunicação Institucional do TJMG.

 

Na quarta-feira, o juiz do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT)), João Ricardo Viana Costa, trata das práticas de mediação e conciliação aplicada. A mesa terá como presidente o desembargador Saulo Versiani Penna, 3º vice-presidente do TJMG. A última palestra, focalizando feitos judiciais envolvendo improbidade administrativa, fica por conta do desembargador Luiz Carlos Corrêa Junior, em mesa presidida pela juíza auxiliar da Presidência do TJMG, Luzia Divina de Paula Peixôto.

 

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