Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Diversidade marca Feira Solidária do TJMG

Iniciativa reuniu cerca de 40 artesãos no mezanino do Edifício Sede


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Os jovens Ismael (E), Carol (C) e Gabriel (D) se comunicam com o mundo principalmente por meio de desenhos; na foto, eles com os pais, Walter e Luziete

Desenhos multicoloridos feitos com giz de cera, mostrando ora rostos de mulheres, ora monstros e gigantes, ora personagens distorcidos. Os trabalhos, realizados por um trio de artistas muito especial, destacaram-se durante a edição da Feira Solidária realizada nesta segunda-feira (18/11), no Edifício Sede do Judiciário mineiro.

Carol, 26 anos, Gabriel, 25, e Ismael, 23, são as mãos e as mentes criativas por trás dos desenhos. Os irmãos são autistas e encontram na arte a forma de se sentirem mais tranquilos e concentrados e de se comunicarem com o mundo externo.

A mãe, Luziete Cássia Mamede da Cruz, conta que os filhos começaram a desenhar ainda crianças. “Eles têm uma impressionante capacidade de observação e adoram assistir a desenhos animados, de onde tiram muita inspiração.”

Os estilos são diferentes. “Cada um de nós tem um mundo”, explica Gabriel, o primeiro a manifestar o interesse por desenhar, ainda aos 7 anos de idade. “Vendo o irmão fazendo os desenhos, os outros dois também me pediram material e começaram as criações”, acrescenta a mãe.

Hoje, segundo Luziete, a atividade tem grande importância na vida dos jovens. “Eles desenham o dia inteiro, em uma rotina rígida que não pode ser quebrada. Há dias em que o Ismael chega a fazer sete trabalhos; ele já soma mais de três mil desenhos.”

Os jovens têm orgulho da própria produção. “Crio tudo da minha mente. Acordo com a cabeça vazia. Coloco um papel na minha frente e então vejo os rostos das mulheres que desenho, os fundos de paisagem”, conta Carol.

Ismael tem predileção por desenhar o que chama de “personas guerreiras”. “Nosso trabalho é de outra categoria”, declara. Gabriel, que assina “Dunga” em seus trabalhos, conta que seu universo é dos “guardiões da mata”.

De acordo com a mãe dos desenhistas, até o ano passado a produção dos jovens ficava restrita ao universo familiar. Mais recentemente, ela teve a oportunidade de expor o trabalho deles e tem buscado formas de contribuir para qualificar ainda mais os desenhos.

“Oportunidades como essas são muito importantes para eles, que se sentem muito felizes e gratificados quando são elogiados e reconhecidos pelo trabalho que fazem. É a forma de eles se comunicarem com o mundo”, resume Luziete.

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O escultor Adolfo Viana se inspira no Rio São Francisco, às margens de onde cresceu, no Norte de Minas, para criar seu trabalho em barro

Esculturas em barro

Ao todo, cerca de 40 expositores ocuparam o mezanino do Edifício Sede do TJMG, levando a magistrados, servidores e demais colaboradores do Tribunal mineiro um cardápio diverso de produtos: roupas, bijuterias, conservas, compotas de doce e mandalas, entre outros.

Em meio aos trabalhos, fez-se presente também a beleza das esculturas de barro produzidas pelo artista Adolfo Viana. Natural de Januária (Norte de Minas), o escultor herdou de familiares o talento de transformar barro em arte.

Criado na região do médio São Francisco, Adolfo conta que desde criança tirava a lama das margens do rio para fazer cavalinhos e boizinhos e criar suas fazendas imaginárias. “Tudo começou como uma brincadeira, um hobby. Com o tempo, fui criando gosto”, diz.

Autodidata, o artista só foi buscar cursos para aprimorar a técnica de queima do barro, mas a inspiração para o trabalho ele sempre encontrou na paisagem de águas onde cresceu. Boa parte de sua arte é composta de esculturas do santo que nomeia o Velho Chico.

Em seu trabalho, destacam-se também as releituras que faz das carrancas do Rio São Francisco – esculturas tradicionais, colocadas nas proas das embarcações, para afastar maus espíritos – com rostos femininos e as sereias da região, a figura da Mãe D´Água.

“Hoje, meu trabalho com modelagem é minha maior fonte de renda”, conta o artista, que expõe na Savassi todos os sábados e agradece a oportunidade de mostrar seu trabalho ao público do Tribunal mineiro.

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Uma produção diversa marcou mais esta edição da Feira Solidária na Sede do TJMG: mandalas, roupas, bijuterias, esculturas, desenhos, doces, entre outros itens

Cidadania solidária

A Feira Cidadania Solidária é uma parceria entre o Tribunal mineiro e a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e acontece na segunda semana de cada mês, em espaços do Judiciário mineiro, na capital.

Os expositores são pessoas atendidas por programas sociais da PBH, por vivenciarem situações de risco ou violência e encontrarem dificuldade de se inserir no mercado formal de trabalho.

Uma parte deles integra o Programa Espaço da Cidadania (PEC), que tem como foco a formação, a promoção e a socialização de segmentos da sociedade civil atendidos pela Subsecretaria de Direito e Cidadania: população idosa, pessoas com deficiência, mulheres, grupos étnico-raciais, jovens e LGBTs.

O PEC é desenvolvido pela Subsecretaria de Direito e Cidadania, vinculada à Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania.

A feira também conta com expositores integrantes do Centro Público de Economia Solidária (Cepes), desenvolvido pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, por meio da Subsecretaria de Trabalho e Emprego.

Outras unidades

Hoje, terça-feira (19/11), a feira acontece na Unidade Raja (Avenida Raja Gabaglia, 1.753). Na quarta-feira (20/11), no Juizado Especial Francisco Sales (Avenida Francisco Sales, 1.446) e no Anexo 1 (Rua Goiás, 229). Na quinta-feira (21/11), será a vez do Fórum Lafayette (Avenida Augusto de Lima, 1.549). 

O funcionamento é das 9h às 16h. Além dos servidores e magistrados, fica a sugestão de dar uma passada na feira também ao público que estiver frequentando estas unidades do TJMG.

 

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