Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Detentos contam suas histórias por meio de fotos e textos

Nesta terça, 14/08, será inaugurada mostra com trabalhos do projeto A Estrela


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A Estrela dá oficinas de fotografia e texto a pessoas privadas de liberdade

 

Eles têm familiaridade com o ambiente do Fórum. Passaram ali para suas audiências judiciais, alguns tiveram seus atos avaliados por júris populares. Foram condenados à privação de liberdade e viram suas vidas mudarem. Seus nomes, agora vinculados a números processuais, ainda estampam documentos que circulam pelo Tribunal, ora com solicitações de progressões para regimes semiaberto e aberto, ora aguardando apreciação judicial de faltas cometidas dentro da prisão. Mas, a partir do dia 14 de agosto, seus nomes estarão nos corredores do Fórum de outra forma: como artistas autores de uma exposição.

 

O material, inteiramente produzido por pessoas privadas de liberdade no contexto do projeto A Estrela, será exposto na galeria do Fórum Lafayette, até o dia 14 de setembro. O trabalho ofereceu a eles oficinas de narrativas textuais e visuais e, a partir daí, os convidou a produzir conteúdos para uma revista de mesmo nome. Os relatos em primeira pessoa, séries de fotojornalismo, crônicas, poemas e imagens artísticas que estampam as páginas da publicação ajudam a entender as trajetórias, as angústias, os sonhos, os arrependimentos, as dores e as alegrias de quem está no cárcere.

 

Agora, parte das fotos que deram vida a essas histórias estarão expostas em grandes formatos no Fórum. A seleção conta com cerca de 50 fotos originalmente publicadas na edição piloto da revista A Estrela, que circulou em novembro de 2014, e nas quatro edições subsequentes, viabilizadas ao longo de 2016 e 2017 pelo Rumos Itaú Cultural. A mostra é realizada pelos idealizadores e editores do periódico, a jornalista Natália Martino e o fotógrafo Leo Drumond, que também estão à frente do Projeto Voz, conjunto de iniciativas na área de comunicação, desenvolvidos em unidades prisionais.

 

Abertura da exposição

 

No dia da abertura, a partir das 19h, será oferecido um coquetel no Fórum para a abertura da exposição. Nessa ocasião, o juiz auxiliar da Presidência do TJMG, Luiz Carlos Rezende e Santos, que participou de algumas etapas do projeto, estará presente.

 

Segundo o magistrado, projetos como esse, que levam produção de arte e expressão a condenados, potencializam a ressocialização, além de contribuir para a mudança do olhar da sociedade sobre eles.

 

Para ele, dentro de cada um que cumpre pena restritiva de liberdade há sonhos, há uma mãe, um filho, um amigo, uma família inteira. “A revista ajuda a levar possibilidades de despertar gente de bem, gente de carne e osso e mostrar que todo mundo pode ser uma estrela”.

 

Serviço

 

Local: Galeria de arte do Fórum Lafayette (Av. Augusto de Lima, 1549, Barro Preto, Belo Horizonte)
Abertura: dia 14 de agosto, de 19h às 21h
Período da exposição: 15 de agosto a 14 de setembro
Horário de visitação: Dias úteis, entre 8h e 18h

 

Saiba mais sobre a revista A Estrela

 

Homenagem ao periódico homônimo que circulou na década de 1940, A Estrela era produzida na Penitenciária Central do Distrito Federal e publicava artigos de detentos ao lado de textos de grandes expoentes do direito penal. Um editorial de 1944 resume bem o perfil da publicação: "Quem melhor do que o próprio encarcerado poderá indicar aquilo de que mais carece? Para que legislar, decretar; para que conferências penitenciárias se àquele mais fundamentalmente visado por essas medidas é recusado o direito de falar, e quando os seus mais justos anseios devem ser recalcados?".

 

A revista e a publicação digital A Estrela contam com conteúdo exclusivamente produzido pelos detentos. São ensaios fotográficos, textos em diversos formatos e vídeos. Na edição piloto, produzida na Associação de Proteção e Assitência ao Condenado (Apac) do município de Itaúna (MG), um dos participantes desenhou a logomarca da revista, que foi revisitada nos números seguintes com desenhos de novos participantes. Todos são incentivados a se expressar com qualquer recurso artístico que desejarem, como ilustrações e composições musicais.

 

Em 2016, o projeto foi contemplado pelo edital do Rumos Itaú Cultural, o que permitiu a produção de quatro outras edições da  revista. Nessa etapa, o trabalho foi desenvolvido na APAC masculina de São João del-Rei, na Apac feminina de Rio Piracicaba, no Presídio de Vespasiano (Ala LGBT) e no Complexo Penitenciário Estevão Pinto. Para conferir o que foi feito nos números já produzidos, basta acessar o material aqui.

 

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