Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

CRP Itinerante ajuda população a completar certidão de nascimento

5ª edição da modalidade foi realizada nesta sexta-feira (30/9) em Belo Horizonte


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Desembargadora Ana Paula Nannetti Caixeta, juízes Marcus Vinícius Mendes do Valle, Sérgio Henrique Cordeiro Caldas Fernandes e Maria Luiza Rangel Pires e equipe do CRP (Crédito : Divulgação/TJMG)

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) realizou nesta sexta-feira (30/9) a 5ª Edição do Centro de Reconhecimento de Paternidade (CRP) Itinerante, projeto que tem, como objetivo, identificar crianças, adolescentes e adultos que não possuem o nome do pai ou da mãe em seu registro de nascimento e possam, a partir da iniciativa, completar o documento. O evento foi realizado em parceria com a PUC Minas Unidade São Gabriel, em Belo Horizonte.

Estiveram presentes a 3ª vice-presidente do TJMG, desembargadora Ana Paula Nannetti Caixeta; a juíza da Vara de Registros Públicos de Belo Horizonte, Maria Luiza Rangel, coordenadora do CRP Itinerante; juiz auxiliar da 3ª Presidência Marcus Vinícius Mendes do Valle, e o juiz do Foro de Belo Horizonte Sérgio Henrique Cordeiro Caldas Fernandes. Também participaram professores do curso de direito da PUC Minas unidade São Gabriel, que reportaram a relevância do Papre, Posto de Atendimento Pré-Processual que funciona no Bairro São Gabriel e que tem promovido a conciliação e mediação em seis bairros da região.

Projeto Paternidade para Todos 

O Projeto Paternidade para Todos, gerido pela 3ª Vice-Presidência do TJMG, tem por objetivo garantir o nome do pai no registro de nascimento, desde que a questão possa ser resolvida extra processualmente, baseando-se no princípio de que o registro civil é um dos documentos de maior valor na vida de uma pessoa, ao estabelecer o nascimento dela para a vida civil e remeter às suas origens familiares. “É o primeiro documento do ser humano e é muito importante para a identificação da pessoa, com repercussões no direito da personalidade e no princípio constitucional da dignidade humana”, disse a desembargadora Ana Paula Nannetti Caixeta, que chegou a se emocionar com algumas histórias que conheceu no local.

O programa inova na medida em que implementa uma sistemática do procedimento pré-processual de reconhecimento de paternidade capaz de ser executada pelos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) de todo o estado de Minas Gerais, e de forma gratuita para o jurisdicionado hipossuficiente, já que os exames são custeados pelo TJMG. A sistemática impõe celeridade na resolução de conflitos dessa natureza, inclusive em relação aos procedimentos de averiguação oficiosa de paternidade, prevista na Lei nº 8.560/92.

Sonho realizado

Dezenas de família participaram da ação. Uma delas é a de Lucas Henrique Olímpio, de 15 anos. Em seu registro de nascimento, constava apenas o nome da mãe e da avó materna, Alcineia Olímpio. Desde que a mãe o abandonou, logo depois do nascimento, Alcineia passou a criá-lo com a ajuda do companheiro, Mário Morais de Cunha, a quem Lucas se refere como pai.

Alcineia diz que se incomodava com o fato de Lucas não ter o nome do pai no registro, já que isso poderia causar constrangimentos e problemas ao adolescente. Hoje, os três, que moram no bairro Jardim Teresópolis, em Betim, atravessaram a cidade para obter o reconhecimento sócio-afetivo de paternidade por parte do companheiro de Alcineia. “Realizei meu sonho de ter o Lucas registrado em meu nome”, diz Mário.

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Lucas Henrique com a avó, Alcineia, e seu "novo" pai, Mário Morais de Cunha ( Crédito : Divulgação/TJMG )

Histórias que revelam surpresas

Clóvis Natal Ribeiro ficou sabendo que seria pai por conversas de terceiros quando tinha apenas 20 anos de idade. Apesar do susto, estava disposto a resolver as coisas da melhor maneira possível: alugar casa, prestar auxílio financeiro e o que mais fosse necessário. Mas a mãe demorou a procurá-lo e, quando o fez, trouxe outra surpresa: se decidisse continuar com a gravidez, não iria criar a filha.

Incrédulo, o pai acompanhou o restante da gestação e, quando foi avisado do nascimento da criança, compareceu ao hospital para prestar o auxílio necessário. Decepcionado com a confirmação de que a mãe não tinha interesse em cuidar da criança, assumiu já no hospital as obrigações de pai, auxiliado pela irmã, Marlene Divina Ribeiro Vitorino. Por isso, não registrou o nome da mãe na certidão.

 A filha de Clóvis, hoje com 31 anos de idade, conta que, apesar do amor do pai, a falta do nome da mãe sempre a incomodou, principalmente quando era questionada ao preencher cadastro ou quando alguém se deparava com seus documentos. Nesta sexta-feira (30/9), a maternidade foi oficialmente reconhecida na documentação.

Exame de DNA

Foi também com surpresa que Felipe Tayrone descobriu, há seis meses, que pode ser o pai de uma menina que hoje tem 2 anos de idade. A mãe da criança, Paloma Aguiar, conta que acreditava que a filha fosse de um rapaz com quem se relacionava antes, porque só esteve com Felipe por um breve período de tempo.

Mas algum tempo após de ter registrado a criança, o ex-parceiro fez o exame de DNA, e o resultado motivou uma ação negatória de paternidade, com a exclusão do nome dele da certidão. Incentivada pela mãe, Paloma decidiu procurar Felipe, que reagiu com tranquilidade e decidiu fazer o teste espontaneamente no evento dessa sexta-feira (30/9). Ele conta que tem desejo de ser pai, e por isso, está ansioso para que o exame seja positivo.

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