Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Condenado homem acusado de assassinar jovem na Mata do Sanatório

Jovem foi encontrada próximo à trilha por onde passava para frequentar curso de inglês


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Fórum Lafayette: 1º Tribunal do Júri de Belo Horizonte condenou homicida a 25 anos de prisão

Foi condenado hoje a 25 anos, 1 mês e 18 dias de prisão D.C.O., de 34 anos, acusado pelo homicídio de M.G.F.P., ocorrido em 19 de março 2018, na Mata do Sanatório, entre os bairros Monte Azul e Ribeiro de Abreu. A vítima e o réu moravam na ocupação Vitória, localizada perto do local do crime. O Conselho de Sentença considerou ainda o réu culpado pelo furto do celular da vítima, mas absolveu-o da acusação de ocultação de cadáver.

A sentença é do juiz Leonardo Vieira Rocha Damasceno, do 1º Tribunal do Júri de Belo Horizonte, que determinou ainda, em função da gravidade do crime e da periculosidade demonstrada pelo acusado, que ele permaneça preso durante a fase de recurso.

De acordo como a denúncia, a vítima desapareceu em março de 2018 e o corpo dela foi encontrado sete meses depois, no dia 12 de outubro, em estado de decomposição. A perícia constatou que a vítima foi atingida por disparo de arma de fogo na cabeça, e as investigações indicaram que o acusado mantinha um acampamento próximo ao local onde o corpo foi encontrado. Ele foi acusado de homicídio qualificado, furto de um celular e ocultação de cadáver.

Investigação

Na sessão do júri realizada hoje, foi ouvida apenas uma testemunha, policial civil da delegacia de desaparecidos. Ele informou que, ao investigar o desaparecimento da jovem, a equipe concluiu que ela havia saído para o curso de inglês que fazia no Centro, mas não chegou ao local e nem sequer ao ponto de ônibus. Por isso, eles concentraram as buscas na Mata do Sanatório, próximo à trilha que ela deveria percorrer entre a casa dela e o ponto de ônibus.

Durante as investigações, em diligências com a operadora de telefonia, foi localizado o celular da vítima com outro morador da ocupação, que indicou que o acusado lhe havia vendido o aparelho. Ao tentar localizar o acusado, que havia abandonado o barracão que tinha na ocupação, foram informados de que ele havia prestado serviço de capina para um fazendeiro da região.

O fazendeiro indicou a região onde o acusado realizou o trabalho e, após as buscas feitas na mata, no local indicado, foi encontrado um pequeno acampamento utilizado por ele. Com ajuda de cães farejadores do Corpo de Bombeiros, o corpo foi encontrado em uma vala, parcialmente coberto.

Na sessão do júri hoje, em seu curto interrogatório, o acusado negou que cometeu o assassinato, mas confirmou que já foi condenado por outros crimes, inclusive um estupro na cidade de Alpinópolis. Nessa ocasião, ele abordou e manteve em cárcere três jovens que se dirigiam a uma cachoeira e estuprou uma jovem de 16 anos por diversas vezes, em um acampamento improvisado no meio da mata.

Ele alegou que não se arrependia dos crimes cometidos e que, se tivesse de matar alguém, mataria e assumiria o crime, como fez em Alpinópolis. Disse ainda que fugiu do presídio em que cumpria pena em Ribeirão das Neves. Diante dessas declarações, o juiz Leonardo determinou que o acusado fosse algemado para garantir a continuidade da sessão em segurança e evitar fuga.

Nos debates, o promotor de justiça José Geraldo de Oliveira enfatizou que o celular da vítima foi vendido ao vizinho pelo acusado e que as investigações demonstraram que ele mantinha um acampamento improvisado na mata, próximo ao local onde o corpo foi encontrado.

O defensor público Adhemar Dela Torre Netto pediu aos jurados que considerassem o direito do acusado de se autodefender, com a alegação de inocência, embora não houvesse nos autos provas que pudessem embasar suas alegações. Além disso, defendeu a exclusão do crime de ocultação de cadáver, uma vez que o corpo foi abandonado em uma vala próxima ao local do crime, e não ocultado.

O julgamento começou por volta de 9h30 e terminou por volta de 13h30.

O processo tramita sob o número 002418098622-6.

 

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